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Março 2025

Photo du rédacteur: Rita Rita

O homem ao nascer é tenro e brando

Ao morrer é rígido e duro

A erva, a madeira e os dez mil seres ao brotarem

São como a suave penugem do ventre do pássaro

Ao morrer são secos e murchos

Por isso, os rígidos e duros são companheiros da morte

Os tenros e brandos são companheiros da vida


Sendo assim

As armas duras não vencem

As árvores duras são comuns


Por isso, os rígidos e duros moram embaixo

Tenros e brandos situam-se em cima”

Lao Tzu, Tao Te Ching, Capítulo 76



Queridos alunos e amigos ✨,


MARÇO está prestes a começar e os nossos horários mantêm-se. Às segundas, terças e quintas-feiras, entre as 6h30 e as 8h30, e novamente entre as 17h30 e as 19h30.




 


Em MARÇO, continuamos a assinalar a 4ª quarta-feira de cada mês, ao final do dia, entre as 17h30 e as 19h00, para nos debruçarmos juntos sobre certos temas espirituais, através de aulas de prāṇāyāma (प्राणायाम - controlo do sopro e expansão da energia vital), de dhyāna (ध्यान - meditação), de aperfeiçoamento da técnica de āsana (आसन - posturas), de svādhyāya (स्वाध्याय - estudo de si mesmo, através dos textos sagrados) ou satsaṅga (सत्सङ्ग - conversas sobre temas espirituais) no Padma Yoga Shala🪷🍃. Estes encontros são gratuitos e estão abertos a todos, mas necessitam uma inscrição prévia por parte de quem não frequenta regularmente o Shala🪷🍃, de forma a que possam aceder ao espaço (a menos que estejam acompanhados pelos alunos do Shala🪷🍃, que já têm o seu código pessoal). 



QUARTA-FEIRA, 26/03

- das 17h30 às 19h00 -


🪷 Satsaṅga 🪷


“A oração e o jejum, enquanto práticas espirituais.” 


O jejum e a oração são muitas vezes uma parte integrante da nossa prática de Yoga (e de tantas outras formas de espiritualidade). Surgem muitas vezes como uma manifestação natural da prática de certos Yama e Niyama e, quer estejam ou não associadas à prática de āsana, constituem ferramentas espirituais extremamente eficazes, contribuindo para o alargamento e expansão da nossa consciência. São temas que costumam estar rodeados de dúvidas, incompreensões e medos, principalmente quando se passa da teoria à prática…


Obviamente, a minha intenção é abordar e desmistificar estes temas a partir de um ponto de vista holístico e espiritual, com base na minha experiência pessoal, sem nunca interferir, dispensar ou substituir qualquer tipo de recomendação ou tratamento médico.



 


“O que a oração pede, o jejum o alcança e a misericórdia o recebe.” 

São Pedro Crisólogo



 


“Senhor, não me dês nada, excepto o que tu quiseres, e faz Senhor, o que quiseres e do modo como quiseres.” 

Mestre Eckhart



 


“O jejum cura doenças, seca os quatros humores corporais (teoria de Hipócrates), expulsa demónios, acaba com os pensamentos impuros, torna a mente clara, o coração puro e o corpo santificado, elevando o homem ao trono de Deus.” 

Ateneu de Náucratis



 


Como sempre, acolham apenas o que ressoa para vós dentro do vosso Coração e lembrem-se que são sempre livres de ficar ou de partir, dependendo da forma como se sentem, ou não, em alinhamento com o que ensino, a forma como ensino ou com a própria energia do Shala🪷🍃.


 




"O segredo do sucesso no yoga é considerá-lo não como um dos objectivos a atingir na vida, mas como o único objetivo, e não como uma parte importante da vida, mas como o todo da vida.”

Sri Aurobindo


Cada dia peço que, aconteça o que acontecer, o nosso Coração possa sempre manter-se aberto, com Neutralidade e Compaixão. E, se possível, aconteça o que acontecer e por muito doloroso que seja, que o nosso Coração possa sempre continuar a abrir-se e a expandir-se, até que esteja suficientemente amplo para conter a plenitude da nossa Consciência e da nossa Alma, reconhecer em si a Presença de Deus e, finalmente, acolher dentro de si todo o Universo, toda a Vida, toda a Luz Divina e realizar plenamente a Consciência de Unidade.


Por momentos, o que testemunhamos à nossa volta e o que vivemos dentro de nós, é de tal maneira intenso e difícil, que sentimos que não existe outra opção senão resguardar e proteger o nosso Coração de tudo o que vem do exterior ou mesmo do interior, de todo o sofrimento (दुःख duḥkha) que vem com as memórias (स्मृति smṛti) do passado ou com a ansiedade por vezes gerada por uma incerteza do futuro. Sob a influência dos kleśa (क्लेश), as causas de aflição, parece que não vemos outra solução senão recolher o nosso Coração do mundo e protegê-lo dos outros, de forma a diminuir a dor e o sofrimento sentidos. Mas que esse recolhimento não seja mais que um resguardo temporário, uma protecção momentânea (e não um fecho!), com o intuito de recuperar e ganhar forças para que a sua abertura futura seja ainda mais ampla, ainda mais plena, ainda mais consciente, ainda mais ao Serviço do Outro, do Bem Comum, de Deus e do Plano Divino para a Libertação da Consciência para todos. Para que possamos continuar a avançar pela Vida, não enquanto vítimas das circunstâncias, mas sim como Testemunhas Compassivas daquilo que nos é pedido que vivenciemos e/ou agentes de transformação das mais diversas experiências dolorosas que nos são apresentadas ao longo da nossa encarnação


 


Yogasūtra II.15

परिणामतापसंस्कारदुःखैर्गुणवृत्तिविरोधाच्च दुःखमेव सर्वं विवेकिनः॥१५॥ 

pariṇāma tāpa saṁskāra duḥkhaiḥ guṇa-vṛtti-virodhācca duḥkham-eva sarvaṁ vivekinaḥ ॥15॥


«Para aquele que desenvolveu o discernimento, tudo é sofrimento, resultado da mudança, da ansiedade, dos condicionamentos e [ainda] das [manifestações] inadequadas da natureza.»



 




Enquanto muitos professores de yoga, pelas mais diversas razões, escolhem colocar o acento e o foco do seu discurso essencialmente (ou apenas) sobre os benefícios da prática e dos seus (muito agradáveis!) efeitos secundários, como a força e a flexibilidade, mas também a tranquilidade, a serenidade ou a paz interior, fragmentando-o ou compartimentalizando-o, a mim continua a ser-me pedido que relembre uma e outra vez qual é a verdadeira razão da existência do Yoga na sua integralidade e qual é o seu verdadeiro objectivo. Não é um discurso “pessimista” como por vezes me dizem, é apenas uma manifestação de Sātya (सात्य verdade).


Enquanto seres humanos, sofremos. Mas o Yoga não surgiu do sofrimento, mas sim graças à consciência desse sofrimento e à intenção de colocar-lhe um fim. Foi a partir dessa tomada de consciência, que foi desenvolvido, aperfeiçoado e adaptado, ao longo dos tempos, por todos aqueles que se entregaram e dedicaram de corpo e Alma à sua prática e ao Serviço do seu objectivo, Mokṣa (मोक्ष), a Libertação. Não apenas a procura de um contentamento, de uma serenidade ou de uma paz relativa e temporária, sentida quando tudo está a correr pelo melhor ou quando as contrariedades básicas decorrentes da nossa vida quotidiana são facilmente geridas de um ponto de vista mental e emocional, mas sim a Liberdade permanente e definitiva de todo e qualquer sofrimento associado ao Saṃsāra (संसार), ao ciclo de transmigração das almas, ao ciclo de reencarnação… A miséria existencial provocada pela doença, pelo envelhecimento ou pela morte… Manter a Paz, a Equanimidade, a Neutralidade e a Compaixão em toda e qualquer situação, encontrar o centro no meio da tempestade, identificar e neutralizar a influência dos kleśa (क्लेश), de avidyā (अविद्या ignorância), asmitā (अस्मिता ego), rāga (राग apego), dveṣa (द्वेष repulsa) e abhiniveśa (अभिनिवेश medo da morte, forte apego à vida)… Reconhecer, compreender, aceitar e acolher o sofrimento passado e presente, de forma a evitar definitivamente o sofrimento futuro…  



 


Yogasūtra II.16

हेयं दुःखमनागतम्॥१६॥ 

heyaṁ duḥkham-anāgatam ॥16॥


«O sofrimento que ainda não ocorreu deve ser evitado.»



 




Todos nós vivemos, ao longo da nossa vida, inúmeras situações e eventos que podem abalar ou desmoronar o nosso mundo pessoal (neste momento, o mesmo está a acontecer com o colectivo, o que faz com que seja ainda mais intenso e difícil!). Transformações radicais e inesperadas podem ocorrer no nosso quotidiano, provocadas por mudanças na esfera pessoal ou profissional, de localização, por causa de doenças graves (nossa ou dos outros) e mesmo a morte. Todas estas circunstâncias tornam mais evidente e relembram-nos a impermanência da "realidade" do mundo material. Infelizmente, diversos e poderosos mecanismos de defesa do ego, como a identificação ou a negação, por exemplo, mantêm a maioria das pessoas enredadas num estado ilusório de permanência, impedindo-as de antecipar ou de se preparar fisicamente, mentalmente, emocionalmente e espiritualmente a acolher tais eventos quando surgem na sua vida (esperando sempre que só aconteçam aos outros…) com Neutralidade e Compaixão. Nestes casos, o impacto físico, energético, mental, emocional e espiritual é sempre maior e a resistência que se opõe àquilo que é, inevitavelmente, também… São momentos de bifurcação, em que a (श्राद्ध śrāddha) e a nossa capacidade de entrega e de abandono à Vontade Divina (ईश्वरप्रणिधान Īśvarapraṇidhāna) é colocada à prova, e que diante de nós se desenham inúmeras novas possibilidades, algumas das quais inelutavelmente nos libertam da ignorância (अविद्या avidyā) e nos levam na direcção da União com Deus (योग yoga) e à Consciência de Unidade, mesmo que por caminhos mais ou menos longos e, outras, infelizmente, nos levam em sentido oposto


“A nossa ignorância ou a nossa visão egoísta e falsa da vida em nada alteram esta eterna verdade fundamental da Natureza. Pois a verdade da Natureza é apenas esta; o ego que se crê um ser separado, independente, e que tem a pretensão de viver para si mesmo, não é e não pode ser independente ou separado, nem tampouco pode viver por si mesmo, mesmo que quisesse, pois todos estão ligados uns aos outros por uma Unidade secreta.”

Sri Aurobindo



 




Se tivermos a capacidade de não resistir e de confiar em Deus e no seu Plano Divino, estas situações e eventos, por muito difíceis e intensos que sejam, contêm em si o germe de uma extraordinária transformação e evolução pessoal e espiritual e podem actuar como catalisadores espirituais, propulsando-nos de forma mais rápida e concreta para uma Expressão Mais Elevada da nossa Alma, desfazendo os véus da ignorância e revelando a nossa Verdadeira Essência, assim como nosso svadharma (dever pessoal ou missão de vida). Estes momentos confrontam-nos sempre a um leque variado de escolhas, que resultam inevitavelmente numa futura versão de nós mesmos (mantendo a consciência que o tempo não funciona de forma linear, mas sim multidimensional!) e é importante ter consciência que nós, e apenas nós, somos responsáveis das nossas escolhas e do que encarnamos no mundo através delas. Enquanto seres plenos, conscientes e multidimensionais, não podemos agir simplesmente a partir das limitações do nosso corpo mental, temos de aprender a escutar também a nossa voz interior, a nossa intuição, o apelo da nossa Alma.


“A realização puramente mental não é suficiente para o investigador. Porque o que o yoga procura, não é apenas a verdade do pensamento, nem apenas a verdade da mente, mas a verdade dinâmica de uma experiência espiritual viva e reveladora.”

Sri Aurobindo


 




É nestes momentos que podemos verificar a autenticidade da nossa prática de Yoga e a forma como liberta de forma permanente e definitiva (ou não!) os nossos pensamentos, as nossas palavras, as nossas escolhas, as nossas decisões, as nossas acções da influência dos kleśa (क्लेश). Não quando está tudo bem. Não quando tudo é fácil. Não quando não nos falta nada ou estamos na nossa zona de conforto. É quando temos um acidente, quando perdemos o nosso trabalho ou a nossa casa, quando novas relações começam ou antigas relações se terminam, quando uma doença se manifesta em nós ou naqueles que nos são mais próximos, quando a morte bate à porta daqueles que mais amamos. É face às dificuldades, face às adversidades, face à dor, que podemos verificar, com sinceridade, autenticidade e sem julgamentos, onde nos encontramos realmente na nossa evolução espiritual, se ainda sofremos, o quanto ainda sofremos, durante quanto tempo ainda sofremos e para onde nos empurra a dor que sentimos. Sem fechar os olhos ou negar aquilo que é, como acolhemos aquilo que naturalmente se manifesta dentro do nosso Coração, à medida que vamos atravessando cada uma destas provas? Sentimos raiva? Tristeza? Apego? Frustração? Indiferença? Neutralidade? Compaixão? E o que fazemos com tudo isso? Apegamo-nos? Resistimos? Revoltamo-nos? Desistimos? Deixamo-nos cair na armadilha dos programas de defesa do ego, transformamo-nos em vítimas, em carrascos, em mártires ou salvadores? Ou somos capazes de acolher, de aceitar, de trazer o Amor, o Perdão e a Compaixão para a equação? Transformamo-nos em Testemunhas Compassivas daquilo que é e colocamo-nos os nossos pensamentos, palavras, emoções, assim como o resultado das nossas acções nas mãos de Deus? Como navegamos este mar da existência humana e o que estamos dispostos a fazer ou não fazer, para encontrar ou abrir o caminho que nos levará a bom porto.


“A alma sabe que não se entrega a Deus em vão; não exigindo nada, ela recebe, no entanto, as riquezas infinitas do Poder e da Presença divinos.”

Sri Aurobindo


 




A verdade é que, através da plena aceitação da impermanência de todas as coisas, não podemos senão reconhecer que todas estas coisas e situações podem ser súbitas, mas não são e nunca poderiam ser inesperadas e, por isso, não faz sentido resistir-lhes ou lutar contra elas. Elas são, para já, uma condição inerente à nossa existência humana. Por isso, o melhor será mesmo aprender a lidar com elas da melhor forma possível no momento presente, aceitá-las e,  de forma multidimensional e com plena confiança na Vontade Divina, encontrar dentro de nós as ferramentas e meios necessários para transmutá-las… 


"As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem pode o vento ressecá-la.

A alma é invulnerável; não se pode queimar, molhar ou ressecar. A alma é imutável, tudo permeia, está permanentemente tranquila e inamovível - a mesma, eternamente.

A alma é dita imponderável, não-manifestada e imutável. Portanto, sabendo que é assim, não te deves lamentar.

Se, porém, acreditasses que essa alma nasce e morre incessantemente, mesmo neste caso, ó tu de Braços Poderosos (Árjuna), não te deves desesperar por isso. Porque o que nasce precisa morrer, e o que morre precisa renascer. Por que então deverias sofrer pelo inevitável?” 

Bhagavad-Gītā II. 23-27


 




Ao longo dos anos, enquanto praticante, muitas foram as vezes em que, face a situações extremamente difíceis, pude constatar que os meus pensamentos, palavras e acções (diria mesmo que muitas vezes eram reacções) se afastavam consideravelmente dos Valores do Yoga e que muitas das coisas que pensava já ter integrado, na realidade, contrariamente ao que poderia pensar, tinham ficado limitadas a uma compreensão mental e não tinham sido plenamente acolhidas e integradas dentro do meu Coração. A dissonância entre o que pensava que era, o que gostaria que fosse e o que realmente estava a ver manifestado era imensa. A maioria das vezes, este reconhecimento dura apenas uma fracção de segundo, antes que os mecanismos de defesa do ego (e, mais insidiosos ainda, do ego espiritual) se ataquem a essa tomada de consciência e adaptem a “realidade”, de forma a não colocar em perigo o seu Império. Tudo é feito para manter a ilusão (māyā माया)! É igualmente nessa fracção de segundo, que o Divino dentro do nosso Coração nos alerta e relembra que nunca, sob circunstância alguma, interferirá com o nosso Livre-Arbítrio. É nesses curtos instantes que temos que ter bem claro onde colocamos a nossa intenção, o nosso consentimento e a nossa Autoridade. O caminho certo, que nos leva à Verdade sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo que nos rodeia, é raramente o mais fácil, o mais percorrido ou o mais evidente… 


A verdade é tão obscura nestes tempos e a falsidade está tão estabelecida que, a menos que amemos a verdade, não a podemos conhecer.” 

Pascal



 




Ao longo dos anos, enquanto professora, também foram muitas as vezes em que pude testemunhar este mesmo processo a acontecer nos alunos (e o mesmo acontece enquanto mãe, em relação aos meus filhos ou simplesmente enquanto pessoa, relativamente aos outros e ao mundo à minha volta). Quanto mais o tempo passa e quanto mais a minha própria prática cria espaço para que a minha Consciência Superior possa descer e manifestar-se no dia a dia, mais fácil é testemunhá-lo de forma compassiva, reconhecendo e valorizando o percurso de cada um, sem sentir qualquer necessidade de interferir com as suas escolhas ou os resultados das suas tomadas de consciência. Através da prática do não-julgamento e da não-identificação, procuro constantemente a Neutralidade face à alegria ou à tristeza que ainda se manifestam naturalmente em mim enquanto observo, enquanto testemunho com o Coração aberto, quando identifico essa “fracção de segundo de escolha e de bifurcação” a manifestar-se nos outros à minha volta, considerando-a igualmente como uma oportunidade para trabalhar sobre mim mesma, sobre as minhas partes de sombra, sobre a influência que os kleśa (क्लेश) ainda têm sobre mim, num trabalho constante de integração das polaridades. Afinal, não são apenas as situações e as circunstâncias que funcionam como catalisadores espirituais, também as pessoas e outros seres podem cumprir essa função, revelando pela sua Luz, tudo aquilo que ainda estava escondido na sombra, trazendo à superfície o sofrimento escondido ou negado e tudo aquilo que ainda não conseguimos ver, reconhecer, aceitar, perdoar ou amar plenamente. Mais uma vez, podemos resistir ou aceitar e mesmo praticar a Gratidão… A escolha é sempre nossa e apenas nossa… A responsabilidade é sempre nossa e apenas nossa… A Verdade, sobre nós mesmos, sobre os outros ou sobre o mundo, acaba sempre por se revelar de dentro para fora e a plena consciência disso, evita-nos cair na armadilha de culpar e zangar com os outros, as situações, o mundo ou mesmo Deus, pelos desafios que atravessamos e a forma como o fazemos.


É errado e imoral, procurar escapar às consequências das nossas acções.” 

Mahatma Gandhi



 




São tempos muito, muito intensos e difíceis estes que vivemos e, cada vez mais, face a estes eventos catalisadores, as pessoas começam a sentir necessidade de perceber Quem São, o que fazem aqui, qual é o sentido de tudo isto que vivemos neste momento, onde se encontra a Verdade e qual é a melhor forma de lidar com tudo o que está finalmente a sair da sombra e a ser trazido para ser observado e analisado à Luz da nossa consciência. Dentro e fora de nós. 


São tempos de escolha. 


São tempos de bifurcação. 


São tempos de transformação pessoal e colectiva, que exigem de nós Paciência, Coragem, e Diligência.


São tempos de imensa batalha espiritual e, mesmo se cada um de nós é apenas responsável pelo seu próprio percurso espiritual, através dele, todos contribuímos, de uma forma ou de outra, para a evolução espiritual da Humanidade. E, do fundo do Coração, não posso senão agradecer a todos aqueles que, contra ventos e marés, continuam a fazer o melhor que podem, dia após dia, com as ferramentas que têm, para encontrar o alinhamento ao Dharma (धर्म Ordem Cósmica), às Leis Universais e à Consciência de Unidade, pelo vosso imenso e precioso Serviço! É a partir do nosso trabalho individual e muitas vezes solitário que transformamos o mundo à nossa volta, mas é de mãos dadas, caminhando juntos, que o estamos a fazer… 🙏💜


O antídoto para viver em tempos infectados pelo medo, pela mentira e pela fealdade humana é espalhar o amor, a verdade e a beleza à nossa volta como se fosse um incêndio.

Laura Matsue


 




Para terminar, gostaria de realçar que tudo o que escrevo e que partilho, é sempre o resultado de uma reflexão e análise profundas, que se foram transformando em integrações pessoais ao longo dos anos. Partilho o que Sou, em co-criação com o Divino, dependendo da leitura do campo energético à minha volta, que se manifesta no aqui e agora. Coloco as minhas palavras, a minha Frequência, a minha assinatura energética nesse mesmo campo de consciência, ao Serviço de Deus e nas suas mãos coloco igualmente o fruto das minhas acções. Mas nunca se trata apenas de mim, de como estou ou de como me sinto neste ou noutros momentos… Por vezes perguntam-me se estou triste, zangada, confusa ou em sofrimento… Às vezes, nem sequer me perguntam, simplesmente assumem… A verdade é que, a maioria das vezes, é a partir de um espaço que vai além da esfera mental ou emocional que escrevo, um espaço onde reinam a Verdade, o Discernimento, a Neutralidade e a Compaixão. Escrevo simplesmente o que sinto que faz sentido ser partilhado no momento presente e pouso-o delicadamente no campo da Consciência Colectiva, como se fosse um espelho, frágil, delicado mas, ao mesmo tempo, revelador. Uns dias depois, leio o que foi escrito, como se tivesse sido escrito por outra pessoa, à minha atenção. Escolho, voluntariamente, colocar-me a nu, olhar-me no espelho, acolher o que ressoa e ver para onde me leva. Nunca me foi pedido que escrevesse para “vocês”, mas sim para “nós”, ao Serviço do Yoga, ao Serviço de Deus, ao Serviço do Plano Divino para a Libertação da Consciência para Todos. A ilusão não é individual, é colectiva. A ignorância não é individual, é colectiva. E o sofrimento não é individual, é colectivo. SOMOS TODOS UM. E que possamos relembrá-lo, dia após dia, com o “Coração repleto de Alma”



Há muitos anos que, além de todos os dogmas e distorções religiosas ou espirituais, a Frequência de Devoção, de Humildade e de Amor partilhada por Krishna Das, nesta sua versão específica do Maha Mantra, me ajuda a ultrapassar momentos mais difíceis ou sombrios. Aqui fica a partilha, para quem sinta que faz sentido, neste momento...


Cada um de vós, é igualmente livre de ler-“me” ou de se ver a si próprio, através das palavras e imagens que ofereço e da energia e intenção que nelas coloco. Só vós sabeis o que beneficia mais a expansão e evolução do vosso Ser. Mas, de uma forma ou de outra, como de costume, peço-vos que acolham apenas aquilo que ressoa e deixem de parte tudo o resto.



 


Como sempre, deixo-vos a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO pela vossa leitura e atenção e peço-vos que, como de costume, acolham apenas o que ressoa convosco e coloquem de parte tudo o resto, já que tudo o que partilho convosco é apenas o fruto dos meus próprios questionamentos, experiências de vida, compreensões e integrações alcançadas através dos ensinamentos do Yoga, da minha própria prática espiritual e do meu sādhana (साधन). Com todo o meu AMOR e REVERÊNCIA, desejo-vos coragem, bons questionamentos e boas práticas… Dentro e fora do tapete! Para que um dia, possamos ver no mundo, a mudança que ocorre em nós através do Yoga!


E que o mês de MARÇO e a chegada da PRIMAVERA🌸 possam trazer um pouco mais de LUZ e LEVEZA à nossa vida!


Namaste

✨ 💜 🙏 💜 ✨

Rita




Tom Jobim & Elis Regina - Aguas de Março Ao VIVO


 


ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु

ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः॥


Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu

Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ



Oṁ


Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.

Que haja Paz, Paz, Paz.



🍃🪷🧘‍♀️💜🧘‍♂️🪷🍃



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