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Abril 2025

  • Foto do escritor: Rita
    Rita
  • 29 de mar.
  • 18 min de leitura

Atualizado: 30 de mar.

Os meus ensinamentos [o Tao] são muito fáceis de compreender e praticar,

Mas ninguém consegue entendê-los e ninguém consegue praticá-los.

Nas minhas palavras há um princípio.

Nos assuntos humanos há um sistema.

Porque eles não conhecem estes dois factos,

Eles também não me conhecem.

Como são poucos os que me conhecem,

Eu [o Tao] sou importante.

Portanto, o Sábio veste uma roupa grosseira por fora,

E leva pedras preciosas no seu coração.”

Lao Tzu, Tao Te Ching, Capítulo 70




Queridos alunos e amigos ✨,


Em ABRIL, as aulas mantêm-se nos horários habituais, às segundas, terças e quintas-feiras, entre as 6h30 e as 8h30, e entre as 17h30 e as 19h30.





Em ABRIL, vamos continuar a assinalar a 4ª quarta-feira do mês, ao final do dia, entre as 17h30 e as 19h00, para nos debruçarmos juntos sobre certos temas espirituais, através de aulas de prāṇāyāma (प्राणायाम - controlo do sopro e expansão da energia vital), de dhyāna (ध्यान - meditação), de aperfeiçoamento da técnica de āsana (आसन - posturas), de svādhyāya (स्वाध्याय - estudo de si mesmo, através dos textos sagrados) ou satsaṅga (सत्सङ्ग - conversas sobre temas espirituais) no Padma Yoga Shala🪷🍃. Estes encontros são  gratuitos e estão abertos a todos, mas necessitam uma inscrição prévia por parte de quem não frequenta regularmente o Shala🪷🍃, de forma a que possam aceder ao espaço (a menos que estejam acompanhados pelos alunos do Shala🪷🍃, que já têm o seu código pessoal).




QUARTA-FEIRA, 23/04

- das 17h30 às 19h00 -


🪷 Yoganidrā e Dhyāna 🪷


“A importância do equilíbrio entre esforço e relaxamento.” 


Na nossa prática (como na vida!), é indispensável encontrar o equilíbrio entre esforço e relaxamento, assim como entre disciplina e desapego, de forma a poder sustentar a nossa prática, de forma saudável e pacífica, a médio e longo prazo. Este mês, vamos simplesmente aproveitar este momento para relaxar de forma consciente. Através de uma meditação guiada, vamos tentar tomar consciência das tensões que se manifestam no momento presente, para dar ao nosso corpo físico, energético, mental e emocional a possibilidade de ultrapassar os obstáculos e entraves que, de uma forma ou de outra, nos impedem de aceder ao nosso corpo espiritual e à nossa Consciência Superior.


Tendo em conta a especificidade deste evento, é necessário respeitar o horário de início e fim do mesmo, de modo a não perturbar os restantes membros do grupo, entrando ou saindo durante o relaxamento e a meditação. Assim, se escolherem estar presentes, preparem o vosso dia com antecedência, para chegar atempadamente, instalar o vosso tapete e encontrar uma posição confortável, na qual possam permanecer imóveis durante pelo menos 45 minutos. Tragam roupa quente e eventualmente uma manta para cobrir o corpo, que tem tendência a arrefecer durante este tipo de práticas, em que ficamos imóveis durante longos períodos de tempo.


 


“Tens a paciência para esperar que a lama assente

e a água fique límpida?” 

Lao Tzu


 


Como sempre, acolham apenas o que ressoa para vós dentro do vosso Coração e lembrem-se que são sempre livres de ficar ou de partir, dependendo da forma como se sentem, ou não, em alinhamento com o que ensino, a forma como ensino ou com a própria energia do Shala🪷🍃.



 




Porque uma pessoa acredita em si mesma, não tenta convencer os outros. Porque uma pessoa está satisfeita consigo mesma, não precisa da aprovação dos outros. Porque uma pessoa se aceita a si mesma, também o mundo inteiro a aceita.”

Lao Tzu



A razão que nos leva a iniciar uma prática de Yoga, não é tão importante como aquela que, finalmente, a aprofunda, a prolonga e consolida. É esta segunda e não a primeira, que faz de nós algo mais que simples curiosos e que nos levará de uma prática física a uma prática espiritual, que nos levará da rigidez do ego (अस्मिता - asmitā), à fluidez da Alma (आत्मन् - ātman), que nos levará das vulnerabilidades manifestadas pela falta de compreensão, aceitação ou conexão com cada um dos nossos corpos (físico, energético, mental, emocional e espiritual), à força e poder pessoal resultantes da plena encarnação da nossa Consciência Superior dentro do nosso corpo físico, acompanhando-nos ao longo de todo o processo de transformação, ajudando-nos a dissipar o nevoeiro que se foi instalando em nós ao longo das nossas múltiplas encarnações, por causa da influência dos kleśa (क्लेश - causas do sofrimento humano). É da compreensão de qual é essa razão e do que representa para nós, que virá a Coragem, a Paciência e a Resiliência necessárias para que continuemos sempre a procurar o nosso Norte, o nosso caminho único e pessoal, verdadeiramente em alinhamento com o apelo da nossa Alma. É importante saber o que fazemos e também porque o fazemos e dedicar algum tempo a reflectir e meditar sobre as razões que nos levam a dedicar-nos de forma autêntica e sincera (ou não tanto como gostaríamos) a uma prática espiritual (porque não é uma escolha fácil!) e desenvolver o discernimento (विवेक - viveka) sem o qual não podemos alcançar a Verdade (सत् - sat) sobre nós mesmos, sobre os outros, sobre o mundo que nos rodeia e, finalmente, transformar o sofrimento (दुःख - duḥkha) em Sabedoria (ज्ञान - jñāna), desconstruir a estrutura do ego e deixar para trás crenças, condicionamentos, valores e partes da nossa identidade que à partida consideramos como fundamentais e sem as quais pensamos que nunca saberemos ou poderemos viver, para deixar lugar à  e Confiança na Ordem Cósmica e na Vontade Divina


 


Yogasūtra II.28

योगाङ्गाऽनुष्ठानादशुद्धिक्षये ज्ञानदीप्तिराविवेकख्यातेः॥२८॥ 

yoga-aṅga-anuṣṭhānād-aśuddhi-kṣaye jñāna-dīptir-āviveka-khyāteḥ ॥28॥


«Quando as impurezas são destruídas, através de uma prática dos membros do yoga, [então] aparece a luz da sabedoria que leva ao discernimento discriminativo.»



 




A partir de um certo ponto do nosso percurso espiritual, deixa de ser suficiente, ou mesmo possível, continuar a fazer o que estamos a fazer, como sempre fizemos, só porque foi sempre assim que as coisas foram feitas, fechando os olhos ou desviando o olhar da inevitável mudança que  está a ocorrer em nós e à nossa volta, quer sejamos capazes de o ver, de o sentir ou de o admitir. É o que é e o tempo não fará senão confirmar o que é inelutável. Estamos finalmente a passar do grosseiro ao subtil, da sombra à Luz, do medo da morte à imortalidade e isso está a acontecer em cada uma das células e dos átomos que constituem o nosso Ser, em toda a estrutura e formação do nosso ADN


 



ॐ असतो मा सद्गमय । तमसो मा ज्योतिर्गमय ।

मृत्योर्मा अमृतं गमय । ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः ॥


oṁ asato mā sad gamaya । tamaso mā jyotir gamaya

mṛtyor mā amṛtaṁ gamaya । oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ


Oṁ

Possamos nós ser conduzidos da ilusão para a verdade.

Possamos nós ser conduzidos da escuridão para a luz.

Possamos nós ser conduzidos da morte para a imortalidade.

Que haja Paz, Paz, Paz



 




A partir de um certo ponto do nosso percurso espiritual, intensifica-se dentro do nosso Coração a necessidade de saber além do corpo mental, de reconhecer, compreender e aceitar a Verdade sobre nós mesmos e sobre o mundo que nos rodeia, a Verdade sobre o que alcançam os nossos sentidos, sobre o que a nossa mente tem a capacidade de processar e, finalmente, sobre tudo o resto, tudo aquilo que apenas o Coração e a nossa Alma conseguem identificar, localizar, trazer à Luz da Consciência… De forma plena e consciente. Sem resistências. Porque, no final, quanto mais resistimos àquilo que É, mais sofremos. Quanto mais tentamos sobrepor a nossa vontade pessoal à Vontade Divina, quanto mais nos refugiamos nos mecanismos de defesa do ego, deixando-os silenciar a voz do nosso Coração, quanto mais procuramos controlar o resultado das nossas acções para que sirvam os objectivos e propósitos do ego, em vez de procurar o alinhamento das mesmas ao Dharma (धर्म - Ordem Cósmica), ao nosso próprio svadharma (dever pessoal), à nossa missão de vida e ao Plano Divino traçado especificamente para a nossa Alma, maior a resistência, maior a não-aceitação… E, consequentemente, maior o sofrimento… 


A vida é uma série de mudanças naturais e espontâneas. Não lhes resistam; isso só cria tristeza. Deixem a realidade ser a realidade. Deixem que as coisas fluam naturalmente para a frente da forma que elas quiserem.”

Lao Tzu


 




Sem o desenvolvimento e consolidação de viveka, esse discernimento discriminativo que vai além dos nossos cinco sentidos e nos liga à nossa intuição, à nossa voz interior, às nossas percepções sensoriais mais elevadas, ao apelo da nossa Alma e à nossa Consciência Superior, a prática de Yoga pode facilmente manter-se nas suas etapas preliminares, e o ego (अस्मिता - asmitā) ou o ego espiritual, alimentados pela ignorância metafísica da nossa Verdadeira Essência Divina (अविद्या - avidyā), continuarão sentados no seu trono, segurando e controlando as rédeas não só da nossa evolução espiritual, mas da totalidade da nossa vida. Escondendo de nós o aspecto multidimensional do nosso Ser, da nossa Existência, da nossa Consciência, da nossa Felicidade (सच्चिदानन्द - sat-cit-ānanda), mantendo-nos prisioneiros das nossas limitações, dos nossos condicionamentos, das nossas feridas e dos nossos traumas… Não há um certo, nem um errado. O que tem de acontecer, acontece dentro do Tempo Divino. Mas, nesse momento, temos sempre a possibilidade de aceitar e acolher ou desviar o olhar, fechar os olhos e o Coração ou resistir. Para que possamos fazer essa escolha em consciência, agindo em vez de reagir, precisamos de discernimento, de viveka… Por isso e para isso praticamos, dia após dia, por muito difícil que seja, sempre com dedicação, disciplina, paciência, compaixão e humildade, plenamente conscientes que, enquanto existirem impurezas em qualquer um dos nossos corpos, nos nossos pensamentos, palavras ou acções, o “trabalho” nunca está verdadeiramente terminado


Saber que não se sabe é o melhor.

Pensar que se sabe quando não se sabe é uma doença.

Reconhecer esta doença como uma doença é libertar-se dela.” 

Lao Tzu


 



São tempos intensos, estes que estamos a viver agora. São tempos de transformação e libertação individual, coletiva, mesmo planetária. São tempos de batalha espiritual, de transição entre ciclos, de bifurcação e de Ascensão. Se nos limitamos a um trabalho pessoal sobre o nosso corpo físico, sobre a matéria, sobre o que pode ser apreendido através das nossas percepções sensoriais grosseiras, dos nossos cinco sentidos, se nos recusamos a procurar a Verdade, de um ponto de vista multidimensional, em nós e à nossa volta, se nos impedimos de desenvolver percepções sensoriais mais elevadas, escutar a nossa intuição, atingir e cultivar o discernimento, se resistimos ao que nos empurra para fora da nossa zona de conforto, se nos deixamos envolver na tempestade externa, sem conseguir voltar ao nosso centro, muitas vezes sem sequer saber onde ele se encontra, estamos igualmente a limitar o nosso campo de possibilidades, estamos a reduzir ou fragmentar a amplitude de acção do nosso campo de Consciência. Mais uma vez, não há um certo ou um errado, quer seja a nível de tempo, espaço, dimensão ou realidade. Mas existe sim, sem dúvida, uma imensa diferença entre fazer estas escolhas de forma consciente ou deixar-se levar pelas feridas, pelos traumas, pelos condicionamentos ou mecanismos de defesa do ego, de forma inconsciente.


“Se entrares no comboio errado, desce na estação seguinte.

Quanto mais tempo permaneceres no comboio, mais cara será a viagem de regresso.”

Provérbio Japonês



 



De todos os presentes divinos que me foram trazidos ao longo dos anos pela dedicação e consistência com que me entreguei à minha prática espiritual (साधन - sādhana), o aparecimento e consolidação do discernimento (विवेक - viveka), assim como a luz da Sabedoria (ज्ञान - jñāna) que lhe deu origem, são dos mais prezados pelo meu Coração. Neles assentam as fundações da minha Compaixão (करुणा - karuṇā), da Neutralidade (तटस्थता - taṭasthatā), da capacidade cada vez maior para manter o Coração aberto, mesmo nos momentos mais difíceis ou face aos ataques mais insidiosos. A esses presentes divinos, devo a minha compreensão plena e consciente de que SOMOS TODOS Um,  que não existem e não podem existir quaisquer diferenças de valor entre os seres, se quisermos verdadeiramente evoluir espiritualmente, enquanto espécie e raça humana no Universo.


O momento que a humanidade está a atravessar agora pode ser visto como um portal e como um buraco. A decisão de se deixar cair no buraco ou de atravessar o portal é exclusivamente nossa.

White Eagle Hopi Indigenous


 



Esta compreensão plena e consciente não é apenas uma compreensão mental, mas sim uma plena integração que se transforma em Sabedoria e impacta de forma positiva todas as esferas do Ser e da Vida. Qualquer compreensão que esteja limitada exclusivamente ao corpo mental, infelizmente, estará sempre pronta a afastar-se da Verdade, a desaparecer, a ser adaptada a uma narrativa mais “conveniente” ou a ser usada como ataque, de cada vez que os sistemas de crenças que ainda estão presentes na estrutura do ego e que todos os seus mecanismos de defesa que ainda não tenham sido identificados, localizados, retirados e reparados se sintam abalados ou ameaçados


Para compreender a inter-relação da verdade e da falsidade na vida, o indivíduo deve compreender a falsidade em si próprio, as mentiras constantes e incessantes que diz a si próprio. E isso, ninguém quer saber.”

George Ivanovich Gurdjieff


 




Uma compreensão plena e consciente que me permite reconhecer sem sombra de dúvida que não podemos ter o mesmo ponto de vista se nos encontrarmos num “vale” ou no “topo de uma montanha”, mas também que existem sempre vales mais profundos e montanhas mais elevadas, e que oscilamos entre uns e outros, dependendo das camadas da ilusão com que lidamos no momento presente, e que isso é apenas aquilo que é. Não há um certo ou um errado, um melhor ou um pior, um protocolo único que possa ser aplicado a todos os seres ou a todos os instantes


Uma compreensão plena e consciente de que há momentos de acção e momentos de pausa, momentos de esforço e outros de relaxamento, alturas para falar e outras para estar em silêncio, momentos para ouvir e acolher sem restrições, e outros para colocar limites, sem culpabilidade, já que isso não altera absolutamente nada à Verdade, que sempre foi e sempre será, independentemente de quem a vê ou quando é que vista ou de como é encarnada e manifestada. Tampouco afeta a Compaixão, que pode sempre estar presente, em todas as situações. Do discernimento nasce igualmente a capacidade para distinguir cada vez mais  rapidamente e claramente a Frequência do Coração, que tudo expande e, ao mesmo tempo, tudo acolhe ao Centro, em Unidade e Harmonia, da frequência do ego, que tudo limita e tudo impõe, tudo separa, tudo fragmenta, empurrando  os seres cada vez mais e mais para o exterior, mantendo-os prisioneiros de uma ilusão oposta à realidade e criando a necessidade de defender essa ilusão custe o que custar. Os sinais nem sempre são tão claros ou evidentes como pensamos ou gostaríamos e é importante manter a atenção e vigiar, de forma constante, mas sem rigidez, intransigência ou perfeccionismo, quando se manifestam. Nos outros, para que possamos proteger e preservar o Lótus do nosso Coração de Cristal Sagrado, sem dúvida. Mas acima de tudo, em nós mesmos, exactamente pela mesma razão. Porque somos todos UM, se nos posicionamos acima ou abaixo do outro, quando o elevamos ou o rebaixamos, quando escolhemos a crítica ou o julgamento, quando perdemos o centro e a neutralidade, quando nos recusamos a reconhecer os factos ou escolhemos fragmentá-los e reconhecer apenas uma parte, para que sirvam a narrativa que traz segurança ao nosso ego (que apenas pode existir na separação), então estamos a roubar a nós mesmos a possibilidade de encontrar o estado de Yoga, de União com o Divino dentro do nosso Coração… Podemos vê-lo ou não, podemos reconhecê-lo ou não, podemos aceitá-lo ou não, podemos conseguir lidar com isso no momento presente ou não, podemos perdoar ou não, mas de cada vez que o Coração se fecha, reforça-se o ego, o sentimento de separação, de inferioridade ou de superioridade reforçam-se igualmente, a arrogância toma o lugar da humildade e a vontade pessoal deixa de estar ao serviço da Vontade Divina e pode mesmo começar a sobrepor-se a ela. O “eu” egóico substitui o Eu Superior e, fechando o Coração, toma sem piedade o lugar de Deus. E o Yoga, enquanto ferramenta de auto-conhecimento, enquanto método de Libertação (मोक्ष - mokṣa) da ignorância (अविद्या - avidyā) e do sofrimento (दुःख - duḥkha) e, enquanto prática colocada ao serviço da nossa relação connosco mesmos e da nossa relação com Deus, vê-se assim limitado, fragmentado e afastado do seu verdadeiro objectivo, apenas mais um ilusão, ao serviço do ego espiritual


Nenhuma quantidade de sumo verde, meditação ou yoga irá curar a dor e a inflamação causadas por escolhas que não nos honram a nós mesmos, aos nossos valores e ao nosso mérito.

Mark Groves


 



Se ressoar para vós, na vossa prática espiritual (seja ela qual for), criem o hábito de cultivar viveka e pedir que o discernimento vos revele quais os vossos pensamentos, incluindo aqueles que se transformam em frases ditas, que começam por “eu…” e excluem completamente ou parcialmente o outro e contemplem se isso tem algum efeito ou impacto na abertura dos vossos Corações. Sem julgamentos


Se ressoar para vós, criem o hábito de cultivar viveka e pedir que o discernimento vos permita identificar os momentos em que dão a vossa opinião sem que vos tenha sido pedida, sem que tenham pedido autorização para a manifestar naquele contexto específico ou quando, apesar de terem tido autorização para o fazer, se zangam e tentam impô-la ao outro ou interferem com o seu livre-arbítrio. Sem julgamentos, tentem perceber porque o fizeram, qual o gatilho que desencadeou esse comportamento (vão encontrar a sua fonte nos kleśa, inevitavelmente!) e tentem verificar se deixaram aberta a porta ao espírito de divisão e ao conflito, caindo numa armadilha de sistema de diferença de valor entre os seres. Depois, dediquem algum tempo a contemplar sobre o efeito ou impacto que isso pode ter tido na abertura dos vossos Corações. Mais uma vez, sem julgamentos!



Quando tens razão, não tens qualquer necessidade de ficar zangado. Quando estás errado, não tens qualquer direito de ficar zangado.

Mahatma Gandhi



 



Se ressoar para vós, experimentem permitir que viveka vos revele quando estão a sentir que o vosso ponto de vista, que consideram de “topo de montanha” é superior ao ponto de vista daqueles que acham que se encontram no “vale”, ou vice-versa. Deixem que viveka vos revele quando têm a sensação que já “pensaram, viram, fizeram, perceberam ou manifestaram” “mais e melhor” e/ou “menos e pior” que os outros, e de que forma isso teve um qualquer impacto na abertura do vosso Coração. Façam-no com respeito e gentileza por vós mesmos, mas com sinceridade e humildade, sempre dentro do Tempo Divino, sem precipitações ou agenda marcada… 


Um dia, a montanha que está à tua frente estará tão atrás de ti que mal se verá ao longe. Mas a pessoa que te tornaste, enquanto aprendias a ultrapassá-la? Isso ficará contigo para sempre.

E é esse o objetivo da montanha.

Brianna Wiest


 

Cada um de vós saberá quais são as questões mais adaptadas e o tempo certo para as colocar sob a Luz do Discernimento, para que possam continuar a retirar as ilusões (माया - māyā) e os véus da ignorância (अविद्या - avidyā), que permitem e alimentam a existência do ego, de forma a aceder, dentro do Tempo Divino para cada um de vós, à Verdade sobre vós mesmos, sobre os outros, sobre o mundo que vos rodeia. A Verdade que virá inevitavelmente de dentro para fora, como um fogo purificador, queimando todas as ilusões que se encontram no seu caminho. A Verdade pode ser extremamente difícil de acolher (e costuma ser…), mas apenas ela tem o poder de nos libertar de forma permanente e definitiva


É fácil ser um idealista ingénuo. 

É fácil ser um realista cínico. 

Mas é uma história completamente diferente, não ter ilusões e, ainda assim, manter a chama interior.

Marie-Louise von Franz


 



Um Coração que se libertou de forma permanente e definitiva de toda e qualquer influência dos kleśa, simplesmente não pode, nem quer, voltar a fechar-se! Quando um Coração se liberta da ignorância do “eu”, oferece à Alma a possibilidade de se relembrar Quem realmente É, relembrar a sua Verdadeira Essência Divina, o que faz Aqui e Agora e, de forma voluntária e depois espontânea, o Yoga (योग), a União com o Divino dentro do Coração, simplesmente acontece. De um momento para o outro, numa fracção de segundo, realizamos que estamos plenamente, completamente e totalmente entregues e assentes nas mãos de Deus e apenas ao Serviço do Seu Plano Divino de Libertação da Consciência para Todos. É nesse preciso instante que, muito além de uma simples compreensão mental, mas de forma plena e multidimensional, enquanto Testemunhas Compassivas do Amor Incondicional, do Absoluto, do Ilimitado, da Unidade, nos transformamos em ferramentas práticas ao serviço do Dharma (धर्म - Ordem Cósmica), das Leis Divinas e da Verdade Suprema (ऋत - ṛta). O Coração expande-se de tal maneira, que é impossível apreender na totalidade a sua imensidão ou que será tocado pela sua frequência (ou quem…), mas pouco a pouco, à medida que vamos avançando pelo caminho que nos está destinado a partir daí, seguindo as “migalhas” que nos levarão de regresso a casa, com , Confiança, Humildade e Discernimento, aceitamos largar todas as resistências à Vontade Divina, aceitamos acolher a realidade tal como ela é (por muito difícil ou doloroso que seja) e autorizamo-nos a colocar a nossa vontade pessoal ao serviço da Vontade Divina, para que possamos finalmente realizar, com consciência e muita, muita Gratidão, o que a nossa Alma veio realizar durante esta encarnação, de acordo com o nosso karma, o nosso svadharma e as nossas capacidades. Afinal, haverá realmente outra razão para nos termos encarnado aqui e agora, durante estes tempos tão intensos


Como forma de apoiar e sustentar o vosso trabalho pessoal e percurso espiritual, este mês ofereço-vos a oração que espontaneamente brotou de dentro do meu Coração para encerrar o evento da 4ª Quarta-Feira de Março, durante o qual conversámos sobre o jejum e a oração, enquanto partes integrantes da nossa prática espiritual. Espero que possa trazer-vos algum apoio e reconforto espiritual...



 

Bem-Amada Santa Presença de Deus

Bem-Amada Santa Presença de Cristo-Sophia dentro do meu Coração


Ao Serviço da Lei Divina, da Ordem Divina e da Harmonia Divina, eu sou a Tua Testemunha Compassiva


Bem-Amada Santa Presença de Deus dentro do meu Coração, peço-Te que me ajudes, a cada instante e dentro do Tempo Divino, a ver a Verdade. A Verdade sobre mim mesma, a Verdade sobre os outros, a Verdade sobre o mundo que me rodeia, sem qualquer filtro, sem qualquer sombra e além de todas as ilusões, por muito difícil que ela possa parecer, pois apenas a Verdade liberta. Peço-Te que me ajudes a remover todos os véus da ignorância que ainda me impedem de sentir a Verdade em cada uma das minhas células, assim como todos os entraves que ainda me impedem de materializar a Verdade, em cada um dos meus pensamentos e das minhas palavras, ou de encarnar a Verdade em cada uma das minhas acções. Bem-Amada Santa Presença de Deus, Tu És a Verdade. Tu És a Liberdade e, porque existes dentro do meu Coração, a Verdade e a Liberdade são também Quem Eu Sou.


Bem-Amada Santa Presença de Deus dentro do meu Coração, peço-te que me ajudes a encontrar a Força e a Coragem necessárias para libertar, a cada instante e dentro do Tempo Divino, todas as amarras e correntes que, através da ignorância, me prendem ainda ao sentido de individuação, de separação, de abandono, de superioridade ou de inferioridade, que levam ao julgamento e me impedem de reconhecer plenamente o teu Sopro Divino e a tua Luz Divina como a Essência Única da minha existência, não só Aqui e Agora, mas também através de todos os tempos, espaços, dimensões e realidades, para que possa finalmente sentir a Paz que Tu És e a Luz que Tu És. Bem-Amada Santa Presença de Deus, Tu És a Paz. Tu és a Luz e, porque existes dentro do meu Coração, a Paz e Luz Divina são também Quem Eu Sou.


Bem-Amada Santa Presença de Deus dentro do meu Coração, peço-Te que me ajudes a manter o alinhamento às Tuas Leis Divinas e à tua Vontade em todas as situações, principalmente quando isso implica a desconstrução do meu ego, das minhas crenças, valores e partes fundamentais da minha identidade, sem as quais ainda não sei viver. Peço-te que me ajudes a relembrar que Tu estás sempre a segurar a minha mão, mesmo quando me sinto só, incompreendida ou alienada por estar ao Teu Serviço e apenas ao Teu Serviço, neste mundo de valores invertidos, onde os valores materiais ainda prevalecem sobre os valores espirituais. Tu és a Ordem Divina. Tu és também a Abundância Divina que resulta dessa Ordem e, porque existes dentro do meu Coração, a Ordem e a Abundância são também Quem Eu Sou.


E, acima de tudo, Bem-Amada Santa Presença de Deus dentro do meu Coração, peço-Te que me ajudes a manter o meu Coração sempre aberto, em todas as situações, independentemente de toda a dor ou sofrimento que possa estar a sentir quando tudo é difícil, quando tudo é denso, quando me pergunto qual é o sentido de todos os males do mundo. Que a minha Fé possa ser a minha protecção nos momentos difíceis, pois o meu Coração é o teu Lar e Tu, meu Deus, nunca fechas as portas do Teu Lar. Peço-te que permitas que, através do teu Amor e da Tua Compaixão, protejas sempre o meu Coração dos venenos que são o ego, a dúvida, o desejo, a raiva ou o medo, frutos da ignorância de Quem Tu És, de Quem Eu Sou, de Quem Nós Somos. Bem-Amada Santa Presença de Deus, peço-Te que protejas o meu Coração, para que possa estar plenamente, completamente e totalmente ao Teu Serviço e ao Serviço do Teu Plano Divino para a Libertação da Consciência para Todos. Tu És Amor. Tu És Compaixão e, porque existes dentro do meu Coração, o Amor e a Compaixão são também Quem Eu Sou.


Bem-Amada Santa Presença de Deus dentro do meu Coração, a ti e apenas a ti, entrego a minha Intenção, o meu Consentimento e a minha Autoridade e peço-Te que faças de mim o teu instrumento, para que todo o meu Ser possa ser guiado pela tua Luz Divina e estar ao teu Serviço, em todas as situações, circunstâncias, dimensões e realidades, segundo a Tua Vontade. 


E que assim seja, decretado com todo o meu Amor e toda a minha Gratidão.



"Lilies of the Valley" By Akiane

 

Como sempre, deixo-vos a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO pela vossa leitura e atenção e peço-vos que, como de costume, acolham apenas o que ressoa convosco e coloquem de parte tudo o resto, já que tudo o que partilho convosco é apenas o fruto dos meus próprios questionamentos, experiências de vida, compreensões e integrações alcançadas através dos ensinamentos do Yoga, da minha própria prática espiritual e do meu sādhana (साधन). Com todo o meu AMOR e REVERÊNCIA, desejo-vos coragem, bons questionamentos e boas práticas… Dentro e fora do tapete! Para que um dia, possamos ver no mundo, a mudança que ocorre em nós através do Yoga!


Namaste


✨ 💜 🙏 💜 ✨


Rita



 



ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु


ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः॥


 


Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu


Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ


 


Oṁ


Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.


Que haja Paz, Paz, Paz.




🍃🪷🧘‍♀️💜🧘‍♂️🪷🍃




 
 
 

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