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Dezembro 2025

  • Foto do escritor: Rita
    Rita
  • 29 de nov.
  • 17 min de leitura

Ao aceitar a vida, [o guerreiro espiritual] tem de sustentar não só o seu próprio fardo, mas também grande parte do fardo do mundo, como uma continuidade da sua carga pessoal, já suficientemente pesada.

Muitas vezes, ele constata que, mesmo depois de já ter vencido persistentemente a sua própria batalha pessoal, continua a ter de vencê-la uma e outra vez, numa guerra aparentemente interminável, porque a sua existência interior se expandiu de tal maneira que, para além de conter o seu próprio ser, com as suas próprias necessidades e experiências bem definidas, também se tornou solidária com o ser dos outros, porque contém o universo dentro de si.

Sri Aurobindo



Queridos alunos e amigos ✨,

E assim entramos no último mês do calendário de 2025. Mais um ano que passou. DEZEMBRO, traz-nos os feriados, as celebrações de Natal🎄 e de passagem de ano, mas muitas vezes também, um balanço do ano que passou e as já costumeiras listas de resoluções para o novo ano que está a chegar. 


O PADMA YOGA SHALA🪷🍃 estará a funcionar de acordo com o seu horário habitual até 18/12, às segundas, terças e quintas-feiras de MANHÃ, entre as 6h30 e as 8h30, e à TARDE, entre as 17h30 e as 19h30. A porta do Shala🪷🍃 será ENCERRADA na sexta-feira, 19/12/2025, e só voltará a abrir no meu regresso, com as aulas a retomar na segunda-feira, 02/02/2026, se essa for efectivamente a Vontade Divina.

 

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Todas as informações relativas a essa nova etapa do PADMA YOGA SHALA🪷🍃 ser-vos-ão disponibilizadas assim que se tornarem mais claras também para mim, mas muito provavelmente perto do final do mês de Janeiro de 2026, após o meu regresso à ilha.


🍃🪷 ॐ 🪷🍃

 

Nos feriados 1/12 e 8/12 :

AULA GUIADA às 8H00

(por favor, estejam em cima do vosso tapete pelo menos 5 minutos antes do início da aula!)


🍃🪷 ॐ 🪷🍃


IMPORTANTE : Peço a todos os alunos que costumam deixar os seus tapetes no Shala🪷🍃, que façam o favor de os recuperar e levar para casa durante este período de encerramento (quem sabe, podem até sentir-se inspirados a usá-los para praticar em casa!😉), durante o qual vou aproveitar igualmente para fazer limpezas e algumas obras de manutenção.


🍃🪷 ॐ 🪷🍃


Em DEZEMBRO, o nosso habitual encontro mensal será na 3ª quarta-feira (em vez de ser na 4ª quarta-feira do mês, que já é véspera de Natal!), dia 17/12 entre as 17h30 e as 19h00. Tendo em conta que é o último, que estamos muito próximos da época festiva e que estarei ausente até ao final de Janeiro, vamos fazer deste momento de partilha, um momento mais íntimo e informal. Aproveitaremos para recitar os nomes das posturas em sânscrito, de acordo com a tradição oral de ensino e depois responderei às questões que possam surgir ao longo do mês ou no último instante, sobre a prática (minha ou vossa…), sobre o Shala🪷🍃 (passado, presente, futuro…), ou qualquer outro tema espiritual que sintam que necessita de clareza.


QUARTA-FEIRA, 17/12

- das 17h30 às 19h00 -

🪷 Um Simples Momento de Partilha e… 🪷

“Recitação dos nomes dos āsana em sânscrito”


Conhecer o nome de cada āsana (आसन postura) em sânscrito, assim como o número de vinyāsa (विन्यास respirações coordenadas com o movimento) associado a cada uma delas, é uma parte importante da prática. Não é apenas um capricho ou uma exigência dos professores de Ashtanga Yoga, mas sim uma ferramenta indispensável ao bom funcionamento do “ambiente de trabalho” dentro de qualquer Shala🪷🍃 que ensine de acordo com este método, à comunicação entre o professor e o aluno, mas também à forma como nos relacionamos com a nossa própria prática, procurando a coordenação da respiração com o movimento. Tanto o conhecimento do nome de cada postura (āsana), assim como a compreensão plena de como cada inspiração e cada expiração nos levam a um movimento específico, num momento específico (vinyāsa), permitem criar uma maior fluidez e circulação de energia propícias à concentração e à meditação. Aula após aula, ano após ano, ouço que “é muito difícil memorizar esses nomes todos!”… Será?


A Primeira Série de Ashtanga Vinyasa Yoga, para além das Saudações ao Sol (सूर्यनमस्कार, e toda a gente já sabe dizer Sūrya Namaskāra A e Sūrya Namaskāra B!), tem 10 posturas de pé (com diversas variantes, mas são apenas 10!), 20 posturas sentadas (mais uma vez, com diversas variantes, mas calculo que o “A”, “B”, “C” ou “D”, não sejam o problema!) e 14 posturas na sequência final. Total : 44 āsana, excluindo Sūrya Namaskāra A e B. Desses 44 āsana, a maioria dos alunos do Padma Yoga Shala🪷🍃 faz apenas 18 da sequência de pé e sentada e 9 ou 10 da sequência final. Total : 28 āsana.


Se aprenderem e memorizarem apenas o nome de 1 āsana por dia, em menos de um mês, já conhecem o nome de todas as posturas que praticam… Se aprenderem e memorizarem o nome de 1 āsana  por semana, quando chegar a Primavera🌸, também a vossa compreensão e maestria de dhāraṇā (धारणा - concentração) se terá transformado…  


🍃🪷 ॐ 🪷🍃


A verdadeira arte da memória é a arte da atenção.

Samuel Johnson


  


O Padma Yoga Shala🪷🍃 estará ENCERRADO de: 


- 19/12/2025 a 1/02/2026 -


AS AULAS RETOMAM NA SEGUNDA-FEIRA, 02/02/2026.




Como sempre, acolham apenas o que ressoa para vós dentro do vosso Coração, coloquem de parte tudo o resto e lembrem-se que são sempre livres de ficar ou de partir, dependendo da forma como se sentem, ou não, em alinhamento com o que ensino, a forma como ensino ou com a própria energia do Shala🪷🍃.


Quando o aluno está pronto, o professor aparece. Quando o aluno está realmente pronto, o professor desaparece.

Lao Tzu


🍃🪷🧘‍♀️💜🧘‍♂️🪷🍃




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Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos; era o tempo da sabedoria e o tempo da loucura; o tempo da crença e o tempo da incredulidade; a estação da luz e a estação das trevas; o cume da esperança e o inverno do desespero: tudo isto encontrávamos diante de nós.”

Charles Dickens 


Quando o trabalho do Outono🍂 está concluído, quando já todas as folhas caducas caíram, quando todos os ramos secos se quebraram, quando o ritmo abrandou e a temperatura começou finalmente a descer, quando toda a Natureza se revelou na sua forma mais vulnerável, despida de todo e qualquer peso supérfluo e, ao mesmo tempo, inequivocamente segura de tudo o que em si é essencial e perene, o Inverno❄️ pode finalmente começar a agir no mais profundo, no mais íntimo, no mais recôndito e secreto potencial de todos os constituintes de toda a Natureza, incluindo aqueles que constituem o nosso Ser.


Durante um momento, enquanto dura esta fase de transição entre uma estação sazonal e a seguinte, entre uma etapa de evolução pessoal e espiritual e a seguinte, entre um patamar de consciência e o seguinte, entre uma estação de identidade e a seguinte e, principalmente se nos entregámos de corpo e Alma ao trabalho de purificação e de limpeza interna e externa que nos sugere o período outonal, enquanto não está tudo assente e plenamente integrado, é possível que se manifeste uma certa agitação interior, uma certa tristeza ou uma ansiedade existencial. Simultaneamente e sem contradição, também podemos sentir uma imensa plenitude, uma profunda Paz e Gratidão, um sentimento de conexão profunda com o nosso mundo interior, com a nossa Verdadeira Essência Divina. É muitas vezes assim, quando nos encontramos entre duas estações, entre dois patamares, entre duas etapas que reconhecemos claramente como sendo ascendentes e, no entanto, sentimos que continuamos a dirigir-nos para o interior de nós mesmos, descendo ao silêncio das profundezas do nosso Ser, mergulhando com  e Confiança no Oceano Divino do nosso Coração, sabendo que aí se encontra a Luz que nos guia, mesmo quando os nossos olhos ainda não a conseguem ver ou reconhecer a sua Frequência. O corpo mental tem por vezes dificuldade em acolher plenamente o facto de que é apenas quando nos voltamos para dentro, que podem ocorrer as maiores expansões, é apenas quando nos encontramos no centro que conseguimos tocar a periferia, é apenas quando aceitamos descer em profundidade ao mundo das sombras, de todas as sombras, incluindo e principalmente as nossas, com sinceridade, autenticidade e Compaixão, que estamos verdadeiramente a percorrer o caminho ascendente que nos leva à Luz do Divino dentro do nosso Coração. Esse é o caminho e não é uma contradição. Esse é o verdadeiro trabalho pessoal de ascensão, de Libertação (मोक्ष mokṣa). E, por essa razão, se esse é verdadeiramente o nosso objectivo, de nada serve queixarmo-nos ou procurar atalhos, para fugir à dor, à tristeza ou à agitação. Não é fugindo da dor que nos libertamos do sofrimento (दुःख duḥkha). 


A magia que procuras está no trabalho que estás a evitar.”

Dipen Parmar




Yogasūtra II.15

परिणामतापसंस्कारदुःखैर्गुणवृत्तिविरोधाच्च दुःखमेव सर्वं विवेकिनः॥१५॥ 

pariṇāma tāpa saṁskāra duḥkhaiḥ guṇa-vṛtti-virodhācca duḥkham-eva sarvaṁ vivekinaḥ ॥15॥


« Para aquele que desenvolveu o discernimento, tudo é sofrimento, resultado da mudança, da ansiedade, dos condicionamentos e [ainda] das [manifestações] inadequadas da natureza. »



Yogasūtra II.16

हेयं दुःखमनागतम्॥१६॥ 

heyaṁ duḥkham-anāgatam ॥16॥


« O sofrimento que ainda não ocorreu deve ser evitado. »




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Quando somos divinamente guiados, quando sentimos e discernimos claramente a liberdade do apelo da nossa Alma em oposição à escravatura dos desejos do ego, sem equívocos, sem desvios, sem distorções, não importa o que deixamos para trás, no passado, nem o que encontraremos pela frente, no futuro. Existimos no momento presente e podemos simplesmente SER, acolhendo tudo o que se manifesta, sem julgamentos, sem expectativas, sem resistências e sem sofrimento, mesmo quando tudo é muito duro, difícil ou doloroso. Afinal, a dor é inevitável à nossa condição humana, tal como o é a doença, o envelhecimento ou a morte… O sofrimento, no entanto, pode ser uma escolha. Uma escolha que pode ser difícil, sem dúvida. Mas uma escolha que nos é proposta a cada instante e que se torna cada vez mais fácil à medida que vamos conseguindo abrir mão de todas as nossas resistências originadas pelos kleśa (क्लेश - causas do sofrimento humano : avidyā, a ignorância metafísica da nossa essência divina, asmitā, o ego, rāga, o apego, dveṣa, a repulsa e abhiniveśa, a ansiedade existencial derivada do medo da morte e de um forte apego à vida, que é a raiz de todos os outros medos!) e nos entregamos e abandonamos plenamente à Vontade Divina, com  e Confiança que Deus tem o seu Plano Divino e nunca conspira contra nós… Porque colocamos tanta energia e tanto esforço para resistir ao destino e ao nosso svadharma, tanto de nós sempre a remar contra a maré? Será que é mais difícil praticar o desapego, abandonar-nos ao destino, deixar-nos guiar pela nossa intuição, pela voz do nosso Coração? O que temos tanto medo de perder que nos impede de ver o que poderíamos ganhar? Pode ser uma aprendizagem ou transformar-se numa prática, mas à partida depende sempre de uma escolha





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Escolhemos sempre de acordo com o patamar de consciência em que nos encontramos, as ferramentas que temos à nossa disposição no momento presente e o ângulo de visão ao qual temos acesso, dependendo da influência que ainda têm os kleśa sobre nós. Decidimos em alinhamento com a nossa intenção, o nosso consentimento e a nossa Autoridade. Se fomos suficientemente corajosos para colocar em prática a nossa intenção de ser plenamente Divinos, Soberanos e Livres, tudo o que já não serve a Expressão Mais Elevada da nossa Alma, vai ficando para trás. Todos os entraves e obstáculos que podiam ser identificados na banda de frequência em que nos encontrávamos, foram vistos, localizados, retirados sempre que possível, assinalados para não serem esquecidos, se não foi possível ainda removê-los. Podemos ter a sensação que tudo o que podia ser dito, já foi dito. Tudo o que podia ser feito, já foi feito. Reconhecemos e validamos tudo o que ficou para trás. Agradecemos o serviço prestado por cada experiência que nos trouxe até ao momento presente, agradecemos o conhecimento e a sabedoria que nos conferiram, por muito doloroso que possa ter sido todo o processo. Largamos arrependimentos, ressentimentos e julgamentos. Perdoamos. A nós mesmos e aos outros. Que ninguém pode verdadeiramente ser culpado por não ver a 360º dentro de um patamar de consciência ainda submetido a tantas limitações. Quanto mais curamos as nossas feridas e os nossos traumas, quanto mais nos libertamos dos nossos medos, quanto mais abrimos mão dos nossos apegos e repulsas, quanto mais substituímos a rigidez e a dureza dos mecanismos de defesa do ego que tudo querem controlar, pela fluidez e gentileza da orientação divina, maior a abertura do nosso Coração. Quanto maior a abertura do nosso Coração, maior a expansão da nossa consciência. Quanto maior a expansão da nossa consciência, mais amplo é o nosso ângulo de visão. Quanto mais amplo é o nosso ângulo de visão, maior a nossa compreensão de nós mesmos, dos outros, do mundo que nos rodeia. Quanto maior a compreensão de nós mesmos, dos outros e do mundo que nos rodeia, maior a aceitação do nosso svadharma, do nosso destino, da nossa missão de vida, do nosso papel enquanto peça única de um puzzle que só estará verdadeiramente completo quando cada ser humano conseguir verdadeiramente relembrar a sua Verdadeira Essência Divina. Quando conseguir relembrar a resposta à eterna pergunta : “Quem Sou EU?”. Sem pressas, sem precipitações, sem urgências ou atalhos porque, no final, nada acontece fora do Tempo Divino


Cada um vê o invisível na proporção da clareza do seu coração.” 

Rumi


 

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Sinto que estes meses do Outono🍂 são o momento ideal para praticar o desapego, que muitas vezes não acontece de forma natural e espontânea, já que o apego é filho do ego (assim como a repulsa, que mais não é que outra forma de apego…) e o ego é tão complexo, que dificilmente se desconstrói da noite para o dia… O Outono🍂 é o momento ideal para largar os pesos mortos e tudo o que já não serve a Expressão Mais Elevada da nossa Alma, todas as coisas, as pessoas, as relações, os lugares, as ocupações, as memórias, os pensamentos, os sentimentos, as convicções ou os ideais. Tudo. Tudo o que já não está em alinhamento com a Verdade (सत्य satya) que brota de dentro para fora, que desabrocha como uma flor de lótus dentro do nosso Coração. Tudo o que fez sentido num certo momento da nossa vida e da nossa evolução pessoal e espiritual, mas que, com o tempo, se transformou num obstáculo, num entrave, numa prisão. Algumas portas só se podem abrir quando outras se fecham e não podemos ter medo de o fazer quando as possibilidades nos são divinamente apresentadas (atenção às interferências, o discernimento [विवेक viveka] é indispensável!), por essa razão, a  é a primeira e principal característica de um yogin (योगिन्) ou de uma yoginī (योगिनी)…



Yogasūtra I.20

श्रद्धावीर्यस्मृतिसमाधिप्रज्ञापूर्वक इतरेषाम्॥२०॥

śraddhāvīryasmṛtisamādhi-prajñāpūrvaka itareṣām 20


« Para os outros, a fé, [precede] a energia, a memória, a concentração, a alta inteligência [tomadas de consciência]. »



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É o momento propício para criar espaço dentro de nós e à nossa volta, através de uma reflexão profunda e consciente, da auto-análise, da intenção de realizar e honrar o compromisso que assumimos junto da nossa Alma, no momento da nossa encarnação ou muito, muito antes, no início primordial da nossa viagem pessoal. Nenhuma lição será perdida, nenhuma experiência será vã, nenhuma vivência será inválida. E nada, absolutamente nada terá o poder de nos diminuir, se relembrarmos Quem Somos, enquanto manifestação da Expressão Divina. Um passo de cada vez. Sem pressas, sem precipitações, sem urgências, que, no final, nada acontece fora do Tempo Divino


Não somos vítimas indefesas das circunstâncias. Todos temos dentro de nós o poder de concretizar aquilo com que nos comprometemos.


Quando temos razões circunstanciais pelas quais não conseguimos honrar o nosso compromisso, geralmente é porque esse compromisso não era autêntico. 


Manifestamos o nosso compromisso apenas se ele for autêntico. Assim sendo, quando queremos saber se uma pessoa está verdadeiramente comprometida e com o quê, só precisamos de observar as suas ações e os seus resultados, não o que ela diz.


Um compromisso inautêntico vem da nossa mente, da nossa mente socialmente condicionada. Viver a nossa vida com a pretensão de um compromisso inautêntico é, na realidade, uma forma de ilusão e irresponsabilidade.


A nossa mente condicionada pensa que devemos estar comprometidos com algo digno ou bom para provarmos o nosso valor. A ideia de fazer algo grandioso ou de participar em alguma causa nobre, faz com que nos sintamos dignos e, portanto, pensamos que devemos fazê-lo.


Nada que tenha como objetivo fazer com que nos sintamos dignos ou bons é um compromisso genuíno que vem do nosso coração e da nossa alma. O verdadeiro compromisso não tem nada a ver com provar o nosso valor, grandeza, bondade ou virtude.


O compromisso autêntico é a expressão criativa de quem nós somos — ou seja, o nosso EU autêntico. Quando estamos verdadeiramente comprometidos, nunca tentaremos provar o quanto somos dignos, bons ou grandes, mas seremos guiados a partir do nosso interior para expressar criativamente a paixão da nossa alma e o amor do nosso coração.


Yasuhiko Genku Kimura




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Só durante os últimos seis anos, já perdi a conta ao número de patamares de consciência e de estações de identidade pelos quais transitei de forma orgânica, sempre divinamente guiada e acompanhada. De forma mais ou menos breve ou mais ou menos duradoura. De forma mais ou menos fluida e tranquila ou mais ou menos efervescente e agitada. De forma mais ou menos intensa e densa ou de forma mais ou menos branda e delicada. De forma mais ou menos dolorosa, mas sempre, sempre, sempre, extremamente libertadora


Não sou, obviamente, a única a ter passado por este processo, que, na realidade, se desencadeou de forma massiva a nível planetário desde 2020 e transformou para sempre o tecido da realidade tal como a conhecíamos, permitindo o levantar progressivo (ou mesmo súbito e definitivo) dos véus da ilusão (माया māyā), trazendo à superfície a Frequência da Verdade, para todos aqueles que colocam a intenção de se alinhar com ela, dentro de si mesmos e à sua volta, trazendo de volta a coerência à sua existência e libertando-se de forma permanente e definitiva da dissonância energética, cognitiva, emocional e espiritual que provoca a mentira (असत्य asatya). Dentro do Padma Yoga Shala🪷🍃, tendo em conta que a sua estrutura e arquitectura energética e multidimensional foi concebida e construída a partir da minha intenção, do meu consentimento e da minha Autoridade e evolui em alinhamento com o meu próprio corpo espiritual, a viagem tem sido particularmente intensa e gostaria que soubessem que reconheço e valorizo a Coragem, a Dedicação, a Disciplina, a Diligência e a Humildade de todos aqueles que conseguiram “aguentar” o impacto do choque que começou em 2020 (e continua…) e, escolheram manter-se firmes na procura da Verdade, na sua prática espiritual, na sua prática de Aṣṭāṅgayoga, assim como presentes nas minhas aulas e na comunidade do Padma Yoga Shala🪷🍃. Eu sei que não é uma escolha fácil e sinto-me feliz e privilegiada por estar rodeada de tantos e tão lindos Guerreiros de Luz✨, dispostos a fazer o seu trabalho pessoal para desconstruir a estrutura do ego (incluindo o ego espiritual), melhor servir a Vontade Divina e encarnar a mudança que querem ver manifestada no mundo. Estou imensamente Grata por todos os momentos partilhados com cada um de vós ao longo dos últimos anos! 🙏💜


A verdade é que a maioria das pessoas que dizem que querem a iluminação, na realidade, não querem despertar. Elas querem apenas a sua versão da iluminação. O que elas realmente querem é ser verdadeiramente felizes no seu estado de sonho. E isso é aceitável, se for até onde elas evoluíram. No entanto, o impulso real e sincero em direção à iluminação é algo que vai muito além do desejo de melhorar o nosso estado de sonho. É um impulso que está disposto a submeter-se a tudo o que seja necessário para realmente despertar. O impulso autêntico em direção à iluminação é aquela oração interna que pede por tudo o que seja necessário para nos levar a um despertar pleno e completo, não importa se isso se revelará como sendo maravilhoso ou terrível. É um impulso que não impõe condições ao que temos de atravessar e enfrentar.

Adyashanti



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Passados seis anos de tudo isto e muito, muito mais, este Inverno❄️, sinto claramente que chegou finalmente o Tempo Divino para fechar a porta, durante um curto instante. É tempo de recolhimento, de solitude, de intimidade e de devoção e entrega plena à minha prática pessoal e à Vontade Divina, para aceder à próxima etapa da minha evolução espiritual. Não sei o que está para vir. Não sei o que reserva o futuro para mim, para o Padma Yoga Shala🪷🍃 ou a sua comunidade de seres lindos e corajosos que procuram incessantemente a Verdade sobre si mesmos, sobre os outros e sobre o mundo que nos rodeia. Não me está a ser pedido que olhe para fora ou para a frente, neste momento. Está-me simplesmente a ser pedido que cultive a , a Coragem, a Paciência, a Humildade e a Compaixão, e que deixe todos os medos que ainda me habitam para trás, para mergulhar plenamente e incondicionalmente no silêncio das profundezas do Oceano que EU SOU e que, sem certezas do que virá, me entregue completamente às suas águas divinas. Talvez o sul me permita ter a certeza de onde está realmente o meu Norte, talvez meia volta ao mundo não seja mais que um regresso a Casa, talvez as sombras reveladas no fundo do mar não sejam mais que a prova irrefutável da Presença da Luz Divina dentro do meu Coração… Quem sabe se a Frequência do meu Coração não será finalmente o eco de todos pensamentos pensados e partilhados, de todos os sonhos sonhados ou manifestos, de todas as palavras ditas, mas também as que foram silenciadas, de todas as intenções sinceras, mesmo que por vezes pareçam desajeitadas. Quem sabe se a Frequência do meu Coração não será simplesmente a voz de todos os meus silêncios futuros…


A linguagem do coração é universal,

só é preciso sensibilidade para entendê-la.

Charles Duclos



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Se mergulho toda inteira nesta viagem interior 🧜‍♀️, com a porta do Shala🪷🍃 temporariamente fechada, saibam que o meu Coração se mantém plenamente aberto para cada um de vós, se assim o desejarem e precisarem. Nunca foi por acaso, que tanto me esforcei para inspirar em cada um de vós a centelha da necessidade de autonomia na vossa prática pessoal, mesmo se sinto que a distância ainda é por vezes grande entre o que transmito e o que pode ser acolhido… Ainda assim, saibam que estarei sempre presente, junto de cada um de vós, em cada uma das vossas práticas, dentro do vosso Coração, mais uma vez, se assim o desejarem e precisarem… 


A providência não é apenas aquilo que me salva do naufrágio em que todos os outros se afogaram. A providência é também aquilo que, enquanto todos os outros são salvos, arranca a minha última tábua de salvação e me afoga no oceano solitário.”

Sri Aurobindo





Gostaria igualmente que soubessem que me sinto muito grata e privilegiada por me ter cruzado com todos e cada um de vós, por nos termos encontrado ou reencontrado durante esta encarnação. Há muito ou pouco tempo, com muitos ou poucos momentos partilhados, tudo tem o seu  sentido e lógica, dentro da Ordem Cósmica (धर्म dharma)… 🙏


E aproveito igualmente para vos desejar, desde já, umas Boas Festas🎉, um Feliz Natal🎄, um Autêntico e Abundante Ano Novo💫, com muito Amor, Paz e Harmonia. E, se Deus quiser, vemo-nos novamente no início de Fevereiro, para uma nova etapa individual e colectiva, ao serviço do Yoga (योग - União) e do Plano Divino para a Libertação da Consciência para TODOS (मोक्ष mokṣa)! 🙏✨💜✨🙏

 

A vida é a arte do encontro,

embora haja tanto desencontro pela vida.

Vinicius de Moraes



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Como sempre, deixo-vos a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO pela vossa leitura e atenção e peço-vos que, como de costume, acolham apenas o que ressoa convosco e coloquem de parte tudo o resto, já que tudo o que partilho convosco é apenas o fruto dos meus próprios questionamentos, experiências de vida, compreensões e integrações alcançadas através dos ensinamentos do Yoga, da minha própria prática espiritual, do meu sādhana (साधन), com o apoio incondicional das minhas Equipas Divinas. Com todo o meu AMOR e REVERÊNCIA, desejo-vos coragem, bons questionamentos e boas práticas… Dentro e fora do tapete! Para que um dia, possamos ver no mundo, a mudança que ocorre em nós através do Yoga!


Namaste


✨ 💜 🙏 💜 ✨


Rita




ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु

ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः॥


Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu

Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ


Oṁ


Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.

Que haja Paz, Paz, Paz.




🍃🪷🧘‍♀️💜🧘‍♂️🪷🍃



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