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  • Photo du rédacteurRita

Fevereiro 2024

A verdadeira felicidade pode resistir aos desafios lançados por todas as experiências externas. Quando conseguirem suportar ser crucificados pelo mal que os outros vos fazem e retribuir com amor e perdão, e quando conseguirem manter intacta a vossa divina paz interior apesar dos golpes dolorosos das circunstâncias externas, então conhecerão a felicidade de que falo.

Paramahansa Yogananda

Queridos alunos e amigos ✨,


Em breve, veremos chegar o mês de FEVEREIRO, e este mês, a Newsletter chega um pouco mais cedo, mas no seu Tempo Divino e sem precipitações, para que possa libertar os próximos tempos e a minha energia para um trabalho pessoal profundo de introspecçãosilêncio e meditação, sem que ninguém fique eventualmente preocupado com o meu recolhimento.


Apesar da vossa dedicação e do vosso empenho, por questões de Conservação e de Preservação energética, tomei a decisão de fazer uma pausa nas aulas da quarta-feira de manhã, durante o mês de FEVEREIRO


Logo veremos se entretanto se me é possível retomar mais à frente, por enquanto, sinto que tudo está em aberto e que todas as possibilidades estão em cima da mesa, para serem tidas em consideração


Assim, para já, a partir de FEVEREIRO, o Shala🪷🍃 estará ENCERRADO às QUARTAS E às SEXTAS-FEIRAS. Como é evidente, as vossas contribuições mensais serão ajustadas, para que sintam que existe um justo equilíbrio entre dar e receber e o Shala🪷🍃 continuará disponível para os alunos que aí queiram fazer a sua auto-prática, como tem acontecido até agora.

 

ॐ 


Na Terça-feira13/02, dia de Carnaval, o Shala🪷🍃 funcionará dentro dos horários normais e haverá aula de manhã e à tarde, às 7h00 e às 17h30.  


 

Relembro que o Padma Yoga Shala🪷🍃 está ENCERRADO às quartas-feiras, sextas-feiras, fins-de-semana e alguns feriados.

 

🧘‍♀️💜🧘‍♂️


 


 

MUITO IMPORTANTE

Por favor, por questões de segurança, verifiquem sempre, quando entram ou saem do Shala🪷🌿, que a porta do prédio fica correctamente FECHADA. Isto é particularmente importante nos dias de muito vento, em que a porta tem tendência a não fechar completamente... 🙏 💜 !! Muito Grata !! 💜 🙏


 



Tudo pode ser retirado de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas - escolher a sua atitude em qualquer conjunto de circunstâncias, escolher o seu próprio caminho.

Viktor Frankl


Para aqueles que conhecem o processo de manifestação destas “Newsletters”, não é novidade que não é sempre um processo fácil. Este é uma dessas vezes, em que o processo foi difícil e há muito, muito para ler e para digerir, se se sentirem Guiados a fazê-lo, acolhendo apenas aquilo que ressoa convosco e deixando de lado tudo o resto, como sempre…  


A manifestação destes textos que alguns consideram tão compridos e maçudos, que a maioria das vezes não se sentem inspirados para os ler de uma só vez, até ao fim ou de todo, enquanto outros aguardam (im)pacientemente o final de cada mês, para os lerem inúmeras vezes até se sentirem plenamente impregnados pelas mensagens que eles contêm se sentem prontos para acolher no momento presente, deixando de parte tudo aquilo que não é útil ou benéfico para o seu percurso individual (curiosamente, isso acontece essencialmente com aqueles que estão longe do Shala🪷🍃 e independente das razões que levaram a esse afastamento…), vai muito além da minha vontade pessoal ou inspiração do momento e representa uma das muitas formas de que disponho para realizar o meu svadharma e estar ao Serviço de Deus e da Humanidade

 

Saiba que o seu trabalho fala apenas com aqueles que estão na mesma onda que você.

Jean Cocteau




 

Por vezes, sei com alguma antecedência qual será o tema abordado e o momento em que terei de me sentar para escrever (e não, nem sempre tenho vontade de o fazer, simplesmente, a partir de um certo ponto, a mensagem torna-se de tal maneira forte e insistente, que me é simplesmente impossível não o fazer…). Outras vezes o Tempo Divino manifesta-se através de uma única frase, fazendo-me acreditar que, nesse mês, há pouco para partilhar, o que acaba sempre por se revelar como uma ilusão, uma forma discreta e inteligente que a Vontade Divina encontrou para contornar estas minhas resistências, fruto do (muito) que ainda me resta de ego para desconstruir e que está na origem da minha vontade pessoal. É-me “pedido” que abra o meu Coração com o máximo de humildade e transparência possível, para partilhar a sua Frequência (cada um de nós tem a sua Frequência única, capaz de criar maravilhosas e harmoniosas “sinfonias” quando a partilhamos com Generosidade e Benevolência uns com os outros) e, com mais ou menos resistência, é o que tento fazer…


 

A única coisa que tens e que mais ninguém tem és tu. A tua voz, a tua mente, a tua visão. Por isso, escreve e desenha e constrói e brinca e dança e vive como só tu podes.

Neil Gaiman


 

As palavras e a mensagem que vos partilho e que vão brotando de dentro para fora, não são mais que a manifestação da Voz do meu Coração, onde o conhecimento dos ensinamentos do Yoga que fui adquirindo através dos meus professores e do estudo de mim mesma (svādhyāyaस्वाध्याय), é sempre colocado à prova  e testado pelas experiências da minha própria vida e de tantas outras vidas, para trás, para a frente ou em paralelo, que já se sabe que o tempo não é linear e que os seres humanos são seres multidimensionais (e isto, quer o consigam ver, sentir, reconhecer e admitir ou não, dá igual, porque é o que é…). Estes textos são, assim, contrariamente ao que alguns possam pensar ou dizer-me, partilhas sempre íntimas pessoais como forma de Serviço ao Outro, que exigem de mim uma certa (imensa) dose de Coragem para me expor aos olhos de todos aqueles que escolhem lê-los (isto independentemente da benevolência das suas intenções, palavras e acções em relação a mim ou ao que partilho) e não uma forma de atrair a atenção ou recolher qualquer tipo de reconhecimento (quem me conhece sabe o quanto peço a Deus que me deixe um dia viver em solitude e em silêncio, na minha “caverna”, se houver alguma forma de poder continuar ao Serviço da Vontade Divina dessa maneira, porque de qualquer forma é apenas para isso que aqui estou, para estar ao Serviço de Deus e do equilíbrio do Dharma (धर्म - Ordem Cósmica)…). Tantos antes de mim, ao Serviço das suas Missões  Espirituais e de Vida(svadharma) viveram esse conflito interno e é muitas vezes na experiência, na vida e na Sabedoria de Paramahansa Yogananda que encontro refúgio, quando tudo se intensifica e que as resistências aumentam, sob a influência dos kleśa(क्लेश - causas de aflição), que seja avidyā (अविद्या - ignorância), asmitā (अस्मिता - ego ou sentido de individuação), rāga (राग - apego), dveṣa (द्वेष - repulsa) e abhiniveśa (अभिनिवेश - medo da morte ou forte apego à vida), que me atingem cada vez menos e durante períodos cada vez mais curtos, mas que de vez em quando ainda fazem os seus estragos…  

 

Largar tudo sob o pretexto de renúncia ou desprendimento é o caminho fácil. Mas denota uma fibra espiritual mais forte, viver de modo divino na selva da civilização. Amo a todos, mesmo os que se dizem meus inimigos, pois é a TI, Deus, que vejo em cada ser.

Paramahansa Yogananda




 

Dentro do meu Coração, o conhecimento e as experiências unem-se e fundem-se (yoga योग), muitas vezes apenas tendo Deus como a única Testemunha Compassiva de tudo acontece durante esse processo que dá origem ao verdadeiro Conhecimento, com um C maiúsculo, que é o único conhecimento que nos é verdadeiramente útil e benéfico, pois é o único conhecimento que vai além da nossa esfera mental e é plenamente vivido e integrado em cada uma das nossas células, no nosso ADN. Este é o único Conhecimento que não abandona a nossa Alma, nem mesmo no momento da nossa transição e que, de certa forma, nos acompanha e condiciona o resto da nossa vida e das vidas futuras. 


 

O auto-trabalho que fazes em silêncio

ecoará em todas as partes da tua vida.

Michell Clark


 

É desse Conhecimento, dessa experiência que comprova a real integração de todos os ensinamentos recebidos, que surgem todas estas palavras, tudo o que vos partilho. Não posso partilhar o que não vivi e/ou integrei, mas mesmo que o faça, por inadvertênciaincompreensão ou ignorância da minha parte, o Universo nunca deixa de me pôr à prova através da Lei do Karma (कर्मन् - Lei de Causa e Efeito), normalmente de forma relativamente rápida, pois essa é a minha intenção (estou aqui para aprender  mais sobre Quem Sou e colocar o fruto dessas aprendizagens ao Serviço de Deus única e exclusivamente e essa é a minha prioridade nesta encarnação), para que possa verificar claramente e sem equívocos que estou efectivamente a dizer aquilo que realmente penso e a fazer aquilo que digo. Neste Caminho Espiritual que escolhi, não há muito que enganar e pouca margem de manobra, os testes são constantes. Muitos são os caminhos que levam a Deus, mas todos dependem da nossa Fé inabalável e de uma vontade indomável para os percorrer, independentemente de todos os obstáculos que apresentem.

 

O privilégio de uma vida é tornarmo-nos quem realmente somos.

Carl Jung



 

Assim, por tudo aquilo que me foi dado a viver neste último ano e, mais intensamente e de acordo com a Lei da Verificação, nestas últimas semanas e nestes últimos dias, é muito provável que esta Newsletter (pergunto-me se será realmente o nome apropriado para este tipo de partilhas…) tenha um tom ligeiramente diferente das precedentes, como se estivesse a colocar a última pedra de um ciclo que agora termina ou a primeira pedra de uma nova etapa que está prestes a começar, mas ainda não está claramente definida ou manifestada. Ainda não sei bem, ainda estou a tentar perceber, por isso, como de costume, continuem a ler apenas se se sentirem divinamente guiados a fazê-lo, consultem a vossa intuição, escutem a vossa voz interior. Acolham apenas aquilo que ressoa convosco, aquilo que é útil e benéfico para o vosso próprio caminho espiritual e coloquem de parte tudo o resto! Eu não tenho a “ciência infusa”Eu não sou um “ser iluminado”. Eu não tenho as respostas para as vossas questões, pois como tantas vezes disse, a Verdade vem sempre de dentro para fora e nunca de fora para dentro. Não tenho, nem nunca tive qualquer pretensão de ser um guru (गुरु - mestre ou guia espiritual divino) e sempre fiz questão de ser muito clara em relação a esta questão e de corrigir aqueles que, por falta de maturidade espiritual, de confiança em si ou mesmo de amor-próprio, tentaram atribuir-me esse papel. É infelizmente um programa que conheço bem, já que ao longo da minha vida me foi apresentado em todas as opções disponíveis e para o qual tentaram muitas vezes “recrutar-me”, seja enquanto “discípulo preferido”, “discípulo que nunca está à altura das expectativas, por muito que se esforce” e, quando comecei a ensinar, enquanto “guru”. Nunca aceitei nenhum dos papeis, pois dentro do meu Coração sempre soube que era um Ser DivinoSoberano e Livre e que a minha Autoridade se encontrava em Deus e apenas em Deus, que nós aprendemos todos uns com os outros (se essa for realmente a nossa intenção e vontade pessoal), mão na mão, através daquilo que estamos prontos para partilhar com os outros, sem hierarquias. As nossas experiências e Sabedoria adquirida através das mesmas, podem vir a inspirar quem passa por situações semelhantes e não sabe bem como sair delas, através de alguma ressonância que possam sentir com o que partilhamos. Tudo isto, num processo activo e dinâmico de Co-Criação entre nós e o Divino, sem impor a nossa visão ou perspectiva das coisas, pois não existe qualquer diferença de valor entre os seres e todos temos algo a partilhar que nos coloca, de uma forma ou de outra, ao Serviço do Outro (e obviamente, isto estende-se aos mais diversos reinos, Mineral, Vegetal e Animal!). É nisso que acredito e é isso que partilho e transmito nas minhas aulas, mesmo quando ralho, “puxo as orelhas”, ou vos explico como realizei e integrei algo e vos peço que façam a experiência para ver se ela vos faz sentido, antes de partirem numa aventura “free-style”! É sempre um Trabalho de Equipa, em que cada um encontra a sua independência, para podermos então livremente trabalhar e construir juntos


 

Somos todos um.

Só os egos, as crenças e os medos nos separam.

Nikola Tesla


 

Nós, enquanto seres humanos, por muito boa vontade que tenhamos, não somos infalíveis… Se colocamos a nossa Autoridade, a nossa Felicidade, a nossa Liberdade, ou qualquer outra condição essencial à nossa Integridade pessoal, nas mãos de outro ser humano, instituição, organização, governo ou qualquer outra forma de autoridade falível, abdicamos não só da nossa Soberania, mas também da nossa Responsabilidade Pessoal, relegando para um segundo ou terceiro ou mesmo infinito plano, a nossa intuição e o apelo da nossa Alma a realizar a nossa Verdadeira Essência e, mais tarde ou mais cedo, tristes e frustrados por não podermos aceder à nossa Natureza Divina(é para isso que cá estamos todos, sem excepção, e independentemente do número de vidas que seja necessário para chegarmos a essa conclusão…), acabamos por culpar os outros pela nossa dor, a nossa miséria, o nosso sofrimento, embarcando numa viagem sem fim, alternando entre o papel de vítima e o de vitimizador… E isto, para mim, não é e não será nunca uma opção. Quando erro, procuro assumir os meus erros, corrigir o que pode ser corrigido, através do Amor, da Compaixão, do Perdão (para mim e para os outros). Quando reconheço o erro nos outros, assinalo-o, para que possam fazer o mesmo processo de cura libertação, se for essa a sua vontade, e se não for, dentro das minhas capacidades, aceito e respeito as escolhas de cada um, mas não “fecho os olhos” e coloco os meus limites, pois acredito que a negação é uma das mais violentas causas de sofrimento (kleśa क्लेश), à qual prefiro não dar o meu consentimento…

 

É tão fácil estar errado - e persistir em estar errado - quando os custos de estar errado são pagos por outros.

Thomas Sowell




 

Assim, mantendo-me tanto quanto possível à distância de todo e qualquer “programa” de condicionamentocontrole ou distorção mental, mantendo-me atenta e identificando, localizando, retirando e reparando a influência dos kleśa(क्लेश - causas de sofrimento) no meu corpo mentalemocional e espiritual, através da prática de Yoga e, mais especificamente, de oração e de meditação (dhyāna ध्यान), dedico-me e continuarei a dedicar-me, cada dia, a cultivar cuidar aquela que é a relação mais importante da minha vida, a relação que tenho comigo mesma e a relação que tenho com Deus, que são uma única e a mesma coisa, pois reconheço claramente a Presença do Divino dentro do meu Coração, mesmo nos momentos mais difíceis e desafiantes.


À medida que vou partilhando o fruto das minhas próprias experiências (quando me sinto guiada a fazê-lo, porque muitas vezes, é através do silêncio que se manifesta a Vontade Divina), faço-o em plena consciência que apenas sou responsável pelo que transmito e pela forma como o faço, mas não sou e nunca serei responsável pela forma como o que transmito é interpretado ou acolhido por quem me ouve ou quem me lê (isso é da responsabilidade pessoal de cada um). Independentemente da clareza, sem qualquer equívoco, sobre a responsabilidade pessoal de cada indivíduo que entra em contacto com estes textos face às mensagens que contêm (a minha responsabilidade, porque os escrevo, e a vossa porque escolhem lê-los, ou não…), tenho igualmente a plena consciência que cada pensamento, palavra e acção, gera consequências, segundo a Lei do Karma, e que é importante estar também preparada para as acolher com equanimidade… 

 

A mesma chuva pode aliviar um agricultor tocado pela seca, preocupar um mãe sem um abrigo correcto para o seu filho e não ter qualquer efeito sobre o vasto oceano.

T.K.V. Desikachar




 

E essa foi e ainda está a ser A LIÇÃO do último ano da minha vida (e, para quem costuma efectivamente ler as minhas Newsletters, sabe que o “meu” ano termina precisamente no último dia de Fevereiro, que este ano, ainda por cima, volta a ser bissexto, tal como no ano em que nasci…). Perceber e discernir (viveka विवेक), com clareza e sem equívocos, aquilo que efectivamente me pertence e é da minha responsabilidade e aquilo que não é meu e que, por essa razão, posso apenas testemunhar com Amor e Compaixão, mas sempre com Neutralidade. Ao longo do último ano, que foi sem dúvida um dos mais difíceis que me foi dado a viver e testemunhar (e a verdade é que já vivi muitos desafios e já ultrapassei muitos obstáculos, como cada um de vós, mas realmente, este ano esmerou-se!…), face às inúmeras situações que vivenciei enquanto parte integrante do meu Caminho Espiritual, enquanto iniciação espiritual, enquanto Missão de Vida e enquanto indivíduo que procura a Verdade acima de todas as outras coisas, uma e outra vez, muitas vezes, tantas vezes, não só dei comigo a sentir-me como Arjuna, no primeiro capítulo da Bhagavadgītā (chamado “O desespero de Arjuna”), a perguntar-me se não seria muito mais fácil simplesmente abandonar, como também pude testemunhá-lo com bastante regularidade, nas pessoas à minha volta… Um cansaço, um desânimo, uma tristeza, um vazio, um desespero para os quais apenas o Divino dentro de nós, tem solução…  

 

Ao dizer isto, no meio do campo de batalha, Arjuna deixou-se cair no assento do seu carro de guerra e largou o seu arco e flechas, com a mente confusa e cheia de tristeza.

Bhagavadgītā, I,47

 

Compaixão e ânsia comprimem o meu coração, e a minha mente vacila diante do problema que se lhe apresenta. Não sei o que devo fazer. Por favor diga-me o que é melhor para mim, qual é o meu dever. Refugio-me em Ti como teu discípulo; por favor, ilumina-me.

Bhagavadgītā, II,7




 

Por estar consciente que a solução não pode senão vir de dentro para fora, acabaei por me entregar ao abandono, sentindo claramente que nenhuma outra opção me permitiria libertar-me definitivamente de tudo o que ainda me faz sofrer, de toda a influência dos kleśa (क्लेश - causas de aflição). Libertar-me de todos medos (abhiniveśa अभिनिवेश), que nem sequer sabia que tinha, medos que me eram de tal maneira estrangeiros que não podiam sequer ter a sua origem neste tempo, neste espaço ou nesta dimensão… Libertar-me de todas as repulsas (dveṣa द्वेष) e os apegos(rāga राग) que à partida pareciam ser apenas preferências, mas que revelavam aos poucos e à medida que ia avançando, os cordões invisíveis aos olhos, atando mãos e pés, prendendo e limitando a espontaneidade das minhas palavras, dos meus movimentos e acções. Libertar-me do ego (asmitā अस्मिता) e de todos os seus mecanismos de defesa, que na realidade não fazem senão defendê-lo a ele, mas nunca a nós, enquanto Seres Plenos e Conscientes, enquanto Essência Divina, enquanto Alma. Libertar-me igualmente da ignorância de Quem Sou (avidyā अविद्या), de onde vim, do porquê de estar aqui, agora, e do que é suposto fazer enquanto aqui estiver, enquanto me for dado o privilégio de encarnar este corpo humano e de viver esta experiência humana. Viver uma vida humana é a mais privilegiada e desejada de todas as experiências de vida (e sim, eu compreendo que quem cá está neste momento, tem por vezes uma certa dificuldade em acreditar nisso, de tal maneira nos vimos aflitos e desamparados, em certas situações…), por ser a única que coloca à nossa disposição a possibilidade de  viver Mokṣa (मोक्ष), a Libertação de todas as formas de sofrimento e de realizar o processo de Ascensão, neste fim de ciclo e que, só isso, só isso já é razão suficiente para tamanha e imensa Gratidão… Ninguém está aqui, agora, por acaso! Possamos nós aproveitar o máximo possível e estar GRATOS por tamanha oportunidade e privilégio, mesmo quando nos sentimos mais em baixo...

 

Se agradeceres à tua mente, ela relaxará.

Se agradeceres ao teu coração, ele abrir-se-á.

Se agradeceres ao teu passado, ele integrar-se-á.

Se agradeceres aos teus sintomas, eles vão sarar.

Se agradeceres à tua sombra, ela desaparecerá.

Se agradeceres à tua vida, ela transformar-se-á.

Se agradeceres a ti próprio, a luz poderá raiar.” 

Matt Kahn


 

Quando falo de abandono, não estou obviamente a referir-me ao abandono da minha Essência Divina, do apelo da minha Alma, dos Valores Éticos Mais Elevados pelos quais rejo a minha vida, em alinhamento com o Dharma (धर्म - Ordem Cósmica), dentro da medida das minhas capacidades, ao abandono do meu Dever ou Missão ou Svadharma, como queiram chamar-lhe, ou mesmo da minha Integridade ou Soberania.  


Não.


Isso nunca foi uma opção. Não foi para isso que vim. Não é para isso que aqui estou e, sinceramente, acredito que não foi para isso que nenhum de nós veio encarnar-se aqui e agora, mas o Livre-Arbítrio e as escolhas de cada um devem ser respeitados, por muito difícil que possa ser testemunhá-lo com neutralidade e compaixão durante esta fase de bifurcação. Quando falo de abandono, falo da  e da Coragem necessárias para ser capaz de abandonar-me a mim mesma nos braços de Deus, abandonar-me à Vontade Divina e declarar bem alto e forte, sem resistências, nem reticências, que estou pronta para colocar em prática plenamente īśvarapraṇidhāna, (ईश्वरप्रणिधान), que é a entrega ao Absoluto/Deus ou o dom de si mesmo, a “oferenda de todas as suas acções a Deus”. Às vezes ainda resisto… Faço-o cada vez menos e essas fases de resistência são cada vez mais curtas… Faço o melhor que posso, com as ferramentas que tenho, como todos nós…

 

Sabes muito bem, no teu íntimo, que só existe uma única magia, um único poder, uma única salvação… e isso chama-se amar. Bem, então, ama o teu sofrimento. Não lhe resistas, não fujas dele. É a tua aversão que magoa, nada mais.

Herman Hesse



 

É raro que passe um dia inteiro, sem que declare que estou pronta para continuar a lembrar-me de quem fui, de onde vim, de Quem Sou, para depois, poder simplesmente SERPronta para acolher plenamente o facto de estar aqui e agora, encarnada neste planeta, no meio de todos estes reinos, MineralVegetalAnimalHumano (e todos os outros que supostamente não passam de um mito…), com tudo o que isso implica de bom ou menos bom, mas com os olhos e o Coração bem abertos, para ver tudo o que está escondido mesmo diante dos nossos olhos e sentir tudo aquilo que não se vê senão com o Coração, tanto quanto possível, enquanto Testemunha Compassiva, sem nunca cair na indiferença, nem me deixar esmagar pela empatia e mantendo-me, tanto quanto possível, afastada dos julgamentos. Pronta para viver todos os desafios que me sejam lançados para que tudo isso seja possível. Esse foi, é e continuará a ser o meu principal voto de “novo ano”, de cada vez que completar um ciclo completo à volta do Sol ☀️ e, por essa razão, assumo plenamente a Responsabilidade sobre a forma como agi ou reagi face a tudo foi dado a viver, enquanto ser humano que escolheu dedicar-se ao Serviço do Plano Divino para a Libertação da Consciência para TODOS, até que eu mesma alcance essa Liberdade e isto sem cair no sacrifício, nem em qualquer complexo de Messias, mesmo se por vezes ainda me acontece “derrapar”, para um lado ou para o outro, algo que tento corrigir assim que me dou conta… O tempo certo é agora. Há sempre uma hora certa para tudo…

 

O momento é sempre oportuno para fazer o que é correto.

Martin Luther King Jr.




 

Porque nem tudo é “karma” (e coloquei entre aspas, porque a maioria das pessoas que utiliza este termo não tem a plena consciência do que representa verdadeiramente a Lei do Karma, nem tão pouco que ela pode ser distorcida, através da manipulação ou do roubo do nosso próprio consentimento, por ignorância ou negação)… Nem tudo é Vontade Divina… Nem tudo é destino… Nem tudo é inevitável… Mas para tudo aquilo que é efectivamente inevitável, cabe-nos a nós fazer o melhor que podemos, com as ferramentas que temos para lidar com as situações que nos são apresentadas, de forma a não causar danos nem a nós mesmos, nem aos outros, tal como preconizado pelo primeiro Yamaahiṃsā (अहिंसा - não-violência ou inocuidade). Se a Lei do Karma pudesse ter um efeito imediato  ou a curto prazo, tal como foi inicialmente previsto, antes de ser interferida e distorcida por aqueles que apenas vivem no Serviço a Si Mesmos, viciados em sensações de gratificação instantânea que só se encontram no mundo material (tudo neste planeta foi submetido a interferências e distorções, o que explica bem o estado actual das coisas…), quem mataria, quem violaria, quem agrediria, quem julgaria, quem exigiria de si mesmo o impossível ou dos outros aquilo que não consegue colocar em prática? Quem deixaria entrar no seu próprio corpo tantos e tantos venenos e drogas, com diferentes nomes e diferentes formas? Quem deixaria invadir o seu corpo mental e emocional com sons, imagens, sensações que chocam, magoam, traumatizam, até que se tornem banais? Quem abandonaria completamente a sua vida espiritual, em detrimento de uma vida material, coisas, bens, dinheiro, que de pouco ou nada servem quando for o momento de deixar o corpo físico? 

 

Estou a aprender a compreender em vez de julgar imediatamente ou ser julgado. Não posso seguir cegamente a multidão e aceitar a sua abordagem. Não me permitirei participar no habitual jogo manipulador de criação de papéis. Felizmente para mim, o meu auto-conhecimento transcendeu isso e compreendi que a vida é para ser vivida e não para ser conceptualizada. Sou feliz porque estou a crescer diariamente e, sinceramente, ainda não sei onde se encontra o limite desse crescimento. Na verdade, cada dia pode trazer uma revelação ou uma nova descoberta. Guardo com carinho a memória dos infortúnios passados, pois contribuiu para aumentar o meu capital de força.

Bruce Lee



 


Ao longo dos anos e, mais especificamente, neste último “meu ano” que está prestes a terminar (é verdade que estes últimos doze meses pareceram a girândola final de um fogo de artifício), levei muita, muita “pancadaria” (apesar de ser um termo que nunca mais voltarei a utilizar de ânimo leve, não lhe atribuo qualquer intenção de me queixar ou vitimizar!) e sinto que, muitas vezes, foi a flexibilidade que me conferiu a prática de Yoga (flexibilidade física, mental e emocional!), que me me ajudou a manter-me de pé… Fui muitas vezes falsamente e injustamente acusada de muitas coisas que não eram o reflexo da Verdade, por pessoas que, através da sua ignorância, da sua negação ou da sua intensa dor, se deixaram atravessar por forças negativas enraizadas nos kleśa (क्लेश - causas de aflição), esquecendo por instantes ou de forma definitiva Quem Realmente São e deixando de parte a prática dos Valores Elevados que gostariam de ver manifestados no mundo e que no Yogasūtra de Patañjali são nomeados como Yama/Niyama e constituem o primeiro e o segundo membros do Aṣṭāṅgayoga. Ao longo dos anos, fui falsamente e injustamente acusada de mentir, de roubar, de ser maluca, de ser intransigente, de tratar mal os alunos, de não ser normal e muito, muito mais, mas sobrevivi sempre, por muito doloroso que cada uma dessas situações tenha sido, mantendo o meu alinhamento a Deus e à Verdade unicamente, claramente consciente dos meus próprios defeitos e falhas (mantenho-me sempre atenta a tudo o que vem à superfície que ainda não tinha identificado, o trabalho nunca termina…), assim como do facto que o que os outros pensam de mim é da sua responsabilidade, não da minha (e isso, quer pensem bem ou mal!) e que a Neutralidade e a Compaixão são a principal ferramenta que tenho para poder existir neste espaço/tempo e realizar o trabalho que realizo cada dia, lidando com as particularidades e especificidades de cada indivíduo que escolhe fazer um pouco do seu caminho espiritualcaminhando ao meu lado e acolhendo aquilo que tenho para partilhar, mas apenas o que ressoa dentro do seu Coração

 

Fui muitas vezes acusada de pérfidas intenções que nunca existiram dentro do meu Coração e que não eram sequer o reflexo das minhas palavras ou acções e cheguei mesmo a ser injuriada e ameaçada sob o silêncio de quem testemunhava, tanto os que acreditavam nas mentiras, como aqueles que não sabiam o que pensar e mesmo os poucos que realmente reconheciam a Frequência do meu Coração e a pureza das minhas intenções, mas ficaram sem palavras… E, mesmo se pude perdoar e continuar a avançar, com o Coraçãoaberto, quando percebi que não esquecia, realizei que este era um assunto que ainda não estava terminado e algo viria à superfície, para ser visto, limpo e curado, no momento certo e libertar de vez esse sentimento de injustiça, que se manifestava nas mais diversas situações.

 

Mas, se algum dia me dissessem que seria fisicamente, psicologicamente, emocionalmente e espiritualmente agredida na rua, à porta do Shala🪷🍃 e na frente de alunos e amigos, com base em algo que nunca pensei, nunca disse e nunca fiz, e que os níveis de sentimento de injustiça a suportar e digerir seriam levados à oitava mais elevada ou rebentariam mesmo com a “escala”, eu confesso que não acreditaria… Nunca cesso de ser surpreendida…  


Mas, e agora? O que é que eu faço, com tudo “isto”? 


Primeiro choro todas as lágrimas do meu corpo e depois limpo as lágrimas e reconheço que o Universo tem as suas misteriosas formas de nos fazer passar as suas mensagens e que preciso continuar à escuta… Aconteça o que acontecer, coloco a intenção de manter-me à escuta, da forma mais tranquila e pacífica possível, porque já se sabe que se nada é impossível, também não há nada que dure para sempre! Se eu peço para me libertar, tenho que concordar em fazer o caminho que me leva a essa Libertação... 

 

Nenhum pecado é imperdoável e nenhum mal é insuperável, porque o mundo da relatividade é isento de absolutos.”

Paramahansa Yogananda


 

Muitas foram as vezes em que o meu Coração pareceu partir-se em milhares de estilhaços, face a tanta violênciaincompreensão e injustiça que me foi dada a viver ou testemunhar ao longo da minha vida (ou mesmo provocada por mim, sob a influência dos kleśa - क्लेश, provocando culpa e arrependimento, que eu não sou perfeita e não faço tudo bem, nem sou infalível, muito longe disso ainda!), não tenho dúvidas que todos vós sentem o mesmo… Mas ter sido agredida com tamanha violência em frente ao Shala 🪷🍃, diante de alunos e amigos (não que o sítio seja o mais importante, na realidade é apenas mais um detalhe a ter em consideração neste “estudo de caso” que me foi dado a viver e testemunhar, mas aproveito para enviar mais uma vez toda a minha Compaixão a quem esteve presente e teve de testemunhar a situação…), foi realmente uma experiência que espero que seja única e através da qual faço questão de recolher todos os ensinamentos e transformá-los rapidamente em Sabedoria e Conhecimento, para que não volte a repetir-se, sob qualquer pretexto…

 

A medida final de um homem não é a forma como se posiciona em momentos de conforto e conveniência, mas a forma como se posiciona em momentos de desafio e controvérsia.

Martin Luther King Jr.




 

Com muito Amor e Compaixão e uma imensa vontade de Perdoar(tanto a mim mesma pelo que não vi aproximar-se, como aos outros pelo que não podem/conseguem/querem ver e compreender, a partir do sítio onde se encontram, com o Coração fechado e cheio de dor…), faço o melhor que posso para acolher, dentro da medida das minhas capacidades de hoje, os pensamentos, emoções, memórias e fragmentos de Alma que vão regressando à medida que avanço, de forma a conseguir protegerpreservar e manter o meu Coração aberto, pois estou plenamente consciente que ninguém pode dedicar-se ao Serviço ao Outro, nem escutar a sua voz interior ou a Vontade Divina, com um Coração partido ou fechado, pois é precisamente nesse lugar que podemos encontrar o Divino dentro de nós… Quem seria eu hoje e no futuro, se permitisse que isso acontecesse?  


Quem somos, quando o nosso Coração se fecha? 


Obviamente, de cada vez que essa sensação de injustiça voltar a surgir à superfície (e espero sinceramente que nunca mais se apresente numa situação semelhante, que não dou o meu consentimento a este tipo de ataques sombrios e obscuros!!), vou continuar a questionar-me sobre o que possa ter feito de errado e, se for esse o caso, reconhecer onde possa ter falhado e de que forma posso corrigir o que precisa ser corrigido, assumindo a minha  responsabilidade pessoal em cada situação, pedindo desculpa se for caso disso, perdoando os outros quando a responsabilidade for deles. Acima de tudo, terei o cuidado de não me identificar com os meus pensamentos e as minhas emoções, para encontrar tão rapidamente quanto possível o apaziguamento das flutuações da minha mente (vṛtti वृत्ति) e recuperar o meu alinhamento a Deus e à Verdade unicamente (caso o tenha perdido pelo caminho). É importante reconhecer que a transparência é o primeiro passo para a Verdade e a única forma que existe de nos defendermos da mentira, das falsas acusações e da injustiça que os outros cometem contra nós, mas também, e principalmente, das mentiras que nós dizemos a nós mesmos, das acusações que fazemos contra nós mesmos e das injustiças às quais nos submetemos por vezes, sob a forma de sacrifício, com base nessas mesmas mentiras e acusações… A maioria das vezes, somos nós os nossos principais carrascos e causadores de sofrimento, por todas as razões que levam à falta de disciplina sobre a nossa mente e as nossas emoções, os nossos pensamentos, as nossas palavras, as nossas acções… 

 

As dúvidas deixam de afligir aquele que ultrapassou a confusão (moha).”

Ramana Maharishi


 

Mas, como dizia mais acima, o Universo tem a sua forma única de fazer passar as suas mensagens e desta experiência (extremamente dolorosa e que ainda não purguei completamente, não vos vou mentir, acho que vai levar o seu tempo até identificar todas as consequências nos diversos níveis de consciência…) aquilo que já sei que me ficará para o futuro, é a sensação reconfortante de todo o Apoio, todo o Carinho, todas as palavras e intenções de Cuidado e Respeito, assim como a sensação de Protecção, de escudo impenetrável pela parte de quem presenciou pessoalmente, mas também de quem foi Testemunha Compassiva através do que vos relatei (em versão “adaptada para todos os públicos”…). Foi muito importante e transformador para mim sentir essa onda de Amor e Solidariedade, mesmo se não me foi ainda possível responder a cada um individualmente, pois o silêncio e a quietude foram-me indispensáveis para percorrer o caminho que me trouxe até aqui, neste preciso momento, a esta longa e provavelmente “maçuda” partilha, mas é o que é, é o processo que vivo e que posso partilhar convosco para já, neste nível de integração… Para aqueles que chegaram até aqui na vossa leitura, muito obrigada por me lerem! Muito obrigada por aceitarem esse papel de Testemunhas Compassivas das minhas partilhas, hoje ou nos meses ou anos precedentes. Não fui a primeira e infelizmente, provavelmente também não serei a última pessoa a ser maltratada ou agredida (tantos, mas tantos que partilhavam uma mensagem de Paz e de Amor e partiram de forma violenta…) por falar ou escrever sobre o Amor Incondicional, por partilhar Afetos e Carinho com todos de igual forma, com o Coração Aberto, por manifestar claramente a importância desta Força Universal, que é a Fonte da nossa Vida e a Origem da nossa Criação, algo que claramente não é ainda compreendido por todos e não pode ser vivenciado por quem tem o Coração fechado ou sofre terrivelmente de uma falta de Amor Próprio e procura nos outros aquilo que, mais uma vez, só pode vir de dentro para fora, tal como a Verdade… 

 

O Amor como Pensamento é Verdade,

O Amor como Compreensão é Verdade,

O Amor em Acção é Conduta Ética,

O Amor como Sentimento é Inocuidade.

Desconhecido



Nunca cheguei a saber quem me deixou este presente, mas que saiba que encheu o meu Coração de Alegria e que

adoro, adoro, adoro! 



🌊 💙 🐋 💙 🌊


 

Muitas vezes disse que não devemos identificarmo-nos com os nossos pensamentos, que apenas através do silêncio da meditação, quando acalmamos as flutuações da nossa mente, alcançamos a transparência cristalina no nosso corpo mental e emocional e percebemos assim a realidade do nosso corpo espiritual. Na imobilidade da nossa mente, apenas aquilo que É subsiste, todas as ilusões se dissipam para deixar lugar à Verdade, à Consciência, à Felicidade (sat-chit-ānanda  सच्चिदानन्द)) que Realmente Somos

 

O cérebro é a parte mais difícil de ajustar nos asanas.”

B.K.S. Iyengar


 

Muitas vezes já me ouviram igualmente dizer que é necessário sair da sua zona de conforto para continuar a evoluir no nosso processo de Ascensão e Evolução Espiritual e que mais vale fazê-lo de forma voluntária, porque quando não o fazemos de forma voluntária e vamos procrastinando, o Universo encarrega-se de nos trazer os desafios necessários para que possamos escolher o caminho que queremos continuar a percorrer (porque temos sempre escolha, SEMPRE!!). Provavelmente também já me ouviram dizer (válido obviamente para quem frequenta as minhas aulas, sei que há pessoas que lêem estes textos e nunca frequentaram as minhas aulas…) que quanto mais difícil é um āsana (postura), menos conseguimos pensar  enquanto o realizamos e, por essa razão, as sequências vão apresentando posturas cada vez mais complexas e difíceis, para que as partes mais indomáveis do nosso corpo mental, possam ser identificadas e depois trabalhadas através da meditação. Na realidade, nós nunca conseguimos ver ou realizar tudo de uma vez só, as coisas vão-nos sendo reveladas à medida que vamos avançando, à medida que estamos prontos para passar para as etapas seguintes… À medida que vamos ganhando Força para avançar, vamos avançando. E à medida que vamos avançando, com persistênciadeterminaçãocoragem, mas também desapego, vamos reconhecendo que afinal somos mais fortes, muito mais fortes do que aquilo que imaginávamos à partida… E a prática de Yoga, nunca é diferente da Vida!

 

Nunca sabes o quão forte és, até que ser forte seja a tua única escolha

Bob Marley



 

Numa altura em que tantos questionamentos sobre a validade do meu “trabalho” e sobre a forma como estou a realizar a minha missão de vida (svadharma), sobre a forma como o que transmito, pelas minhas palavras, pelas minhas acções ou simplesmente pela minha presença, é interpretado e compreendido pelos outros… Numa altura em que manifesto uma certa resistência face ao que sinto ser a Vontade Divina relativamente às próximas etapas da minha Missão enquanto professora de Yoga e, de certa forma, enquanto “reveladora” das partes de sombra nos alunos, nas pessoas que me são próximas ou com quem me vou cruzando no dia a dia (através do Yoga, é certo, mas também através da Frequência do meu Coração e do impacto que ela possa ter sobre os outros, enquanto avançam nos seus próprios processos de cura e auto-conhecimento…), apesar de ter consciência que tudo o que fica na sombra não pode ser identificado, reconhecido e curado, se essa for a vontade e a intenção de cada um… Numa altura em sinto claramente dentro de mim que certas coisas precisam ser re-estruturadas na minha Vida, na minha prática, no Shala🪷🍃, encerrando mais um ciclo de 7 anos, para que novas portas e oportunidades possam abrir-se, dentro do Tempo Divino… Numa altura em que falar e escrever sobre o Amor Incondicional, colocar a intenção de encarnar plenamente essa Força do Universo, essa Força de Deus e colocá-la ao Serviço da Humanidade, pode ter consequências tão nefastas… Espero em breve saber melhor o que fazer com “tudo isto”… Daqui até lá, o silêncio será certamente a Regra de Ouro, de forma a manter a tanto que possível a inocuidade e para não fazer aos outros aquilo que não gostaria que me fizessem a mim! 

 

Nas horas mais sombrias, Yogananda ia apenas a um lugar. Ele ia sempre para dentro de si. Nós chamamos-lhe Deus, lugar de quietude.

Vishwananda


 

Não é certamente por acaso que esta agressão física, psicológica, emocional e espiritual surgiu neste momento específico da minha vida, “obrigando-me” a ver o que precisa ser visto, a curar aquilo que precisa ser curado e a libertar aquilo que precisa ser liberto, para que possa continuar a avançar em frente, dentro do Tempo Divino e de acordo com a Vontade Divina. Desta vez, como de todas as outras vezes, sobreviverei. Sairei de tudo isto com uma Força e Coragem renovadas e uma  reforçada e isto também graça ao ApoioAmor e Carinho que tenho recebido nos momentos difíceis e pelos quais estou muito GRATA. Continuarei a pedir a Deus o regresso da Lei do Karma e da Justiça Divina, não só para mim, mas para toda a Humanidade, sem interferências, nem distorções, a protecção do Dharma e continuarei a AMAR INCONDICIONALMENTE, encarnando esta Força Universal dentro da medida das minhas capacidades e do meu Ser, porque foi para isso que eu vim e não sei e nem quero viver de outra forma… E continuarei a limpar o que precisa ser limpo dentro de mim, para poder Perdoar, que o Amor não pode existir sem Perdão e sem Compaixão… 

 

As pessoas de carácter são geralmente as mais felizes. Não culpam os outros pelos problemas que encontram, os quais, na maioria das vezes, resultam das suas próprias acções ou da sua falta de compreensão. Elas sabem que ninguém tem o poder de preenchê-las com felicidade ou desviá-las dela, a menos que, por fraqueza, permitam que os pensamentos indesejáveis e as acções maléficas dos outros as afectem.

Paramahansa Yogananda


 


A todos aqueles que fazem, cada dia, de longe ou de perto, por palavrasintenções ou orações, sentir-me acompanhadaabraçadaamada, que me dão a oportunidade e o privilégio de sentir que faço parte de um arquipélago, em vez de uma ser apenas uma ilha, como foi o caso ao longo da maior parte da minha vida, a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO! É com o Coração aberto que espero poder retribuir, cada dia, todo o Amor que tão generosamente partilham comigo… A minha Vida é tão mais Bela, graças a todos Vós

🙏💜🙏


 

ADOPTAREI O AMOR


Adotarei o amor por companheiro

e escutá-lo-ei cantando,

e bebê-lo-ei como vinho,

e usá-lo-ei como roupa.


Na aurora o amor acordar-me-á e conduzir-me-á aos prados distantes.


Ao meio dia conduzir-me-á à sombra das árvores onde me protegerei do sol como os pássaros.


Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, onde ouvirei a melodia da natureza despedindo-se da luz, e contemplarei as sombras da quietude adejando no espaço.


À noite o amor abraçar-me-á, e sonharei com os mundos superiores onde moram as almas dos apaixonados e dos poetas.


Na Primavera andarei com o amor lado a lado!

E cantaremos juntos entre as colinas!

E seguiremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas!

E beberemos a água da chuva, acumulada nos poços, em taças feitas de narcisos e lírios.


No Verão deitar-me-ei ao lado do amor sobre camas feitas com feixes de espigas, tendo o firmamento como cobertor e a lua e as estrelas como companheiras.


No Outono irei com o amor aos vinhedos e sentar-nos-emos no lagar!

E contemplaremos as árvores despindo-se das suas roupas douradas e os bandos de aves migratórias voando para as costas do mar.


No Inverno sentar-me-ei com o amor diante da lareira!

E conversaremos sobre os acontecimentos dos séculos e as histórias das nações e dos povos.


O amor será...

Meu tutor na juventude!

Meu apoio na maturidade!

Meu consolo na velhice!


O amor permanecerá comigo até o fim da vida!

Até que a morte chegue, e a mão de Deus nos reúna de novo!

 

Khalil Gibran


 


Esta música veio até mim no último dia de 2023 e tem-me acompanhado cada dia desde então. Porque me ajuda a não esquecer que tanto a Força como o Poder Pessoal, tal como a Verdade, não podem vir senão de dentro para fora e, muitas vezes, não se vêem do exterior até se manifestarem no Tempo Divino… Porque me ajuda a não esquecer que, por vezes, seremos surpreendidos, que isso é inevitável e é uma forma de nunca nos esquecermos de praticar e cultivar a Humildade… Porque me faz sorrir e viajar no tempo, tanto para trás, como para a frente, manifestação pura e simples da nossa Natureza Multidimensional… E porque também eu tenho vontade de dizer, de cada vez que alguém entra no Shala🪷🍃, “é sempre bom ver-te!”

🙏🧘‍♂️💜🧘‍♀️🙏


 

Como sempre, deixo-vos a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO pela vossa leitura e atenção e peço-vos que, como de costume, acolham apenas o que ressoa convosco e coloquem de parte tudo o resto, já que tudo o que partilho convosco é apenas o fruto dos meus próprios questionamentos, experiências de vida, compreensões e integrações alcançadas através dos ensinamentos do Yoga, da minha própria prática espiritual e do meu sādhana (साधन). Com todo o meu AMOR e REVERÊNCIA, desejo-vos coragem, bons questionamentos e boas práticas… Dentro e fora do tapete! Para que um dia, possamos ver no mundo, a mudança que ocorre em nós através do Yoga!

Namaste 🙏💜✨ Rita



 

ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु

ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः॥

Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu

Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ

Oṁ

Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.

Que haja Paz, Paz, Paz.


 

Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz.


Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.


Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna.



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