“Uma palavra, ação ou pensamento compassivo pode reduzir o sofrimento de outra pessoa e trazer-lhe alegria. Uma palavra pode dar conforto e confiança, destruir dúvidas, ajudar alguém a evitar um erro, reconciliar um conflito ou abrir a porta para a libertação. Uma ação pode salvar a vida de uma pessoa ou ajudá-la a tirar partido de uma oportunidade rara. Um pensamento pode fazer o mesmo, porque os pensamentos conduzem sempre a palavras e acções. Com compaixão no nosso coração, cada pensamento, palavra e ação pode provocar um milagre.”
Thich Nhat Hanh
Queridos alunos e amigos ✨,
Em JULHO, vamos manter o horário actual, apesar de muitos de vós já estarem de férias e, muito provavelmente, ausentes da ilha e do Shala🪷🌿. De manhã, a auto-prática começa a partir das 6h30, de segunda a sexta-feira, mas as aulas só começam às 8h00 (excepto à quarta-feira, que não há aulas). À tarde, o horário mantém-se às segundas, terças e quintas-feiras, das 17h30 às 20h00. Este mês, teremos também 3 dias diferentes! Domingo, 02/07...
...celebramos o aniversário do Padma Yoga Shala🪷🌿!
Segunda-feira, 03/07 e segunda feira, 17/07...
...faremos “micro-workshops” para aprender ou relembrar os nomes das posturas e a contagem correcta dos vinyāsa (विन्यास) para cada uma delas (coordenação de cada movimento com a respiração, com a entrada e saída correcta de cada āsana आसन). Quem precisa de óculos para ler, convém trazer, assim como um caderno, para assentar notas, se assim o desejarem. De manhã, das 8h00 às 10h00, à tarde, das 17h30 às 19h30.
Em AGOSTO, se a voz do meu Coração não mudar de “discurso” entretanto, é provável que o Shala🪷🌿 se mantenha ABERTO, mas apenas 2x/semana. Ultimamente, tudo está a transformar-se muito depressa e, por vezes, é-me difícil prever o que será mais justo e adaptado para mim ou para nós, enquanto grupo, com muita antecedência, mas em princípio, em AGOSTO o Shala🪷🌿 estará ABERTO às segundas e quintas-feiras, de manhã, entre as 7h00 e as 9h00 e à tarde, entre as 17h30 e as 19h30. Daqui até ao final do mês, confirmarei! A partir de SETEMBRO é muito provável que haja uma alteração no horário e que o Shala🪷🌿 passe a estar ENCERRADO às sextas-feiras. Ainda não tenho uma clareza total sobre as aspirações do meu Coração e da minha Alma para os próximos meses, mas já sinto fortes “ventos de mudança” noutros planos, que certamente não tardarão a manifestar-se também aqui e agora! Assim que tiver uma ideia mais precisa, serão imediatamente informados.
“O pessimista queixa-se do vento. O optimista espera que ele mude.
O líder ajusta as velas.” John Maxwell
Desde já, não posso senão pedir-vos desculpa pelos inconvenientes ocasionados por estas mudanças e agradecer a vossa compreensão e capacidade de adaptação às inúmeras transformações que vou implementando sempre que sinto necessário, seguindo a minha própria intuição e voz interior, para poder continuar a avançar em frente, manter o alinhamento com o meu svadharma e continuar ao Serviço da Vontade Divina, sempre de forma autêntica e íntegra! É inevitável que a evolução e transformação que vivo pessoalmente e interiormente através do meu próprio sādhana(साधन - prática espiritual), acabe por se reflectir no exterior, seja no funcionamento do Shala🪷🌿 ou qualquer outro aspecto da minha Vida. Se olharem para dentro de vós, com bastante atenção e muita, muita honestidade, vão muito provavelmente sentir e constatar que o mesmo acontece convosco, à medida que vão atravessando as diferentes etapas da vossa Vida e do vosso Caminho Espiritual... Primeiro algo muda dentro de nós e depois sentimos necessidade de reajustar também o que nos rodeia, de modo a que o que está no exterior corresponda mais e/ou melhor ao que realmente SOMOS, aqui e agora, no nosso interior. E começamos assim a procurar as "peças" que nos faltam para (re)construir a nossa nova realidade... Conseguem vê-lo? Conseguem senti-lo? Conseguem autorizar-se a reconhecê-lo e a deixá-lo acontecer, em alinhamento com o Dharma (धर्म), com a Ordem Cósmica, com as Leis Universais?
“A nossa prática é viver a nossa vida diária de tal forma que cada momento, cada ato, se torne um ato de amor.”
Thich Nhat Hanh
As "verdadeiras" mudanças, na prática como na vida, ocorrem sempre primeiro no nosso interior. Como poderia ser de outra forma, se a Verdade vem sempre de dentro para fora?! Neste nosso mundo distorcido, com todo o barulho permanente que há à nossa volta e dentro de nós, com todas as (des)informações e regras que nos chegam de todas as partes (nem sempre muito lógicas!), com toda a pressão social e tudo o que nos é imposto, desde que nascemos até que morremos, para que o que pensamos esteja "dentro da caixa", o que dizemos seja "politicamente correcto" e o que fazemos se "conforme à norma", parece por vezes uma tarefa impossível silenciar a nossa mente e criar tempo e espaço para escutar a voz do nosso Coração, que nos diz sempre, sempre e inequivocamente, o que é verdadeiramente melhor para nós.
“Não ser ninguém além de si mesmo num mundo que faz o seu melhor, noite e dia, para transformá-lo numa pessoa igual a todas as outras significa travar a batalha mais difícil que qualquer ser humano pode travar; e nunca parar de lutar.” E.E. Cummings
E é assim que a "tendência natural" (ou, se calhar, não tão natural quanto isso...) é sempre mudar o que está fora de nós, mesmo se o que nos faz sentir desconfortáveis está na realidade dentro de nós e é o resultado da nossa desconexão com o Divino, na nossa incapacidade para nos reconhecermos como Realmente Somos, da nossa ignorância (avidyā अविद्या)! Mudamos de corte ou de cor de cabelo, de guarda-roupa, de casa, de trabalho, de relações, de cidade ou mesmo de país... Mudamos tudo à nossa volta e criamos uma nova imagem exterior de nós mesmos, com a esperança de ver mudar também o que realmente nos incomoda por dentro... Por vezes, debatemo-nos de tal maneira com a causa daquilo que nos faz sofrer, que se torna impossível reconhecer que a libertação viria provavelmente mais depressa e mais facilmente através da aceitação "do que é" e da desidentificação daquilo que "achamos que deveria ser"...
“Quando surge dentro de si um sentimento desagradável, físico ou mental, o sábio não se preocupa, não se queixa, não chora, não bate no peito, não puxa os cabelos, não tortura o corpo e a mente, nem desmaia. Ele observa calmamente o seu sentimento e está consciente de que é apenas um sentimento. Ele sabe que não é esse sentimento, e não é capturado pelo sentimento. Assim, a dor não o pode prender.” Thich Nhat Hanh
Com o tempo, a maioria das vezes acabamos por verificar que, por muito que tenhamos abanado ou transformado tudo o que estava à nossa volta, por muito "perfeita" que pudesse parecer essa nova imagem que criámos de nós mesmos ou da nossa casa, do nosso trabalho, das nossas relações, da nossa vida inteira, por muito que tenhamos conseguido um alívio ou um apaziguamento temporário (muitas vezes apenas a curto prazo, outras vezes a médio ou longo prazo, quando os véus da ilusão(māyā माया) são mais espessos e a influência de avidyā é mais forte), mais tarde ou mais cedo e, especificamente se a transformação não ocorreu primeiro dentro do nosso Coração e em cada uma das nossas células, se não veio de dentro para fora, então muito provavelmente não vivemos realmente uma manifestação da Verdade sobre nós mesmos e o desconforto e a insatisfação acabarão por regressar, assim como a agitação interior, a ansiedade, a tristeza, o sofrimento...
ॐ Yogasūtra II.3 अविद्यास्मितारागद्वेषाभिनिवेशाः क्लेशाः॥३॥ avidyā-asmitā-rāga-dveṣa-abhiniveśaḥ kleśāḥ ॥3॥ « As causas do sofrimento são : a ignorância, o ego, o apego, a repulsa, o medo [da morte]. »
ॐ Yogasūtra II.4 अविद्याक्षेत्रमुत्तरेषां प्रसुप्ततनुविच्छिन्नोदाराणाम्॥४॥ avidyā kṣetram-uttareṣām prasupta-tanu-vicchinn-odārāṇām ॥4॥ « A ignorância [Avidyā] é o terreno onde crescem as outras, quer estejam latentes, fracas, intermitentes ou intensas. »
ॐ Yogasūtra II.12 क्लेशमूलः कर्माशयो दृष्टादृष्टजन्मवेदनीयः॥१२॥ kleśa-mūlaḥ karma-aśayo dr̥ṣṭa-adr̥ṣṭa-janma-vedanīyaḥ ॥12॥ « As latências das acções [Karma] enraizadas nas causas de sofrimento, são vivenciadas agora ou mais tarde. »
“O Yoga não é uma fuga à vida, mas uma abordagem à vida.” T.K.V. Desikachar No final, seja pelo sofrimento que acaba por se revelar novamente depois de mais uma tentativa falhada de transformação de fora para dentro ou através da sabedoria adquirida pelas inúmeras experiências passadas, torna-se evidente que o que procuramos verdadeiramente não é um momento de "gratificação instantânea", mas sim a Libertação (mokṣaमोक्ष) plena, definitiva e permanente do sofrimento inerente à condição humana tal como a conhecemos neste momento específico da História da Humanidade, que apenas virá com o reconhecimento da nossa Verdadeira Essência, enquanto seres Divinos, Soberanos e Livres!
🙏✨💜 “A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos, alargando o nosso círculo de compaixão para abranger todas as criaturas vivas e toda a natureza e a sua beleza.” Albert Einstein
Enquanto estou a praticar, enquanto estou a dar aulas, mas também nas minhas actividades quotidianas, esforço-me para estar tanto quanto possível à escuta. Quando comecei a fazê-lo forma consciente e tentando que fosse ininterrupta, o esforço necessário foi imenso. Com os anos foi ficando mais leve, mais fácil, mas ainda assim, depende dos dias. Escolhi estar à escuta do que me diz o meu corpo, à escuta do que me diz a minha respiração, à escuta do que me diz a minha mente, à escuta do que me diz a minha Consciência (buddhi बुद्धि), o meu Coração, a minha Alma, tentando fazê-lo na mesma medida em que escuto os outros (e, para mim, é sempre muito mais fácil escutar os outros...)!
É essencialmente através do que consigo escutar dentro de mim que compreendo o mundo à minha volta e de que forma devo posicionar-me nele ou interagir com ele. Às vezes, a voz interior é tão suave ou está tão longínqua, que não consigo discernir o que me diz, o que tenta transmitir-me… Quando isso acontece, cultivo a Paciência e espero simplesmente pelo momento em que a mensagem transmitida se tornará finalmente mais clara e audível… Dentro do Tempo Divino, quando estou pronta para as acolher, sei que as mensagens nunca se fazem tímidas e acabam sempre por se revelar e por se manifestar, muito além das palavras através das quais são exprimidas!
“Por isso, quando ouvimos alguém, completamente, com atenção, estamos a ouvir não só as palavras, mas também o sentimento do que está a ser transmitido, o todo, não apenas uma parte.”
Jiddu Krishnamurti
Então e quando os meus sentidos estão voltados para o exterior, quando estou a escutar as outras pessoas, a escutar e a ver como estão quando chegam ao Shala🪷🌿, a observar a forma como entram ou saem da sala, a forma como colocam o vosso tapete ou como realizam os vossos āsana, podem perguntar-se? Então e quando estou a escutar tudo o que está a acontecer à nossa volta e no mundo, apesar de não ter televisão, de não ver notícias, de não acreditar em “polígrafos”? Como faço para estar voltada para o exterior, para escutar e observar o que se passa fora de mim e, ainda assim, continuar a escutar (este “escutar” não se trata só de ouvir, mas sim de sentir!) o que está a acontecer dentro de mim?
“Ouvir profundamente significa simplesmente ouvir com compaixão. Mesmo que a outra pessoa esteja cheia de percepções erradas, discriminações, culpas, julgamentos e críticas, somos capazes de nos sentar calmamente e ouvir, sem interromper, sem reagir. Porque sabemos que se ouvirmos assim, a outra pessoa sentirá um enorme alívio. Lembramo-nos de que estamos a ouvir com um único objetivo em mente: dar à outra pessoa a oportunidade de se exprimir.”
Thich Nhat Hanh
Da mesma forma que um som emitido num espaço amplo e vazio pode regressar-nos sob a forma de eco (ou de reverberação, se o espaço for menor e estiver mais preenchido, o que vai inevitavelmente dificultar o processo de escuta e de compreensão do som e da mensagem inicialmente transmitida, daí a importância de "criar espaço" dentro de nós, através do silêncio e da meditação, para que as mensagens interiores possam ser tão claras e compreensíveis quanto possível!), tudo o que nos vem de fora cria um “eco” dentro de nós. Através da prática de Yoga (todos os membros do Yoga, não apenas o āsana!), que pode ajudar-nos a alcançar a maestria sobre os nossos sentidos e o apaziguamento ou a cessação das flutuações da nossa mente (e não importa quanto tempo será necessário para alcançar este estado, o mais importante é colocar essa intenção e continuar a praticar até lá chegar!), vamos criando em nós as condições necessárias para acolher e interpretar esse “eco”. Toda e qualquer mensagem que nos chega do exterior, tem sempre o potencial de revelar uma reacção interior, caso estejamos suficientemente atentos e à escuta! Se identificarmos, observarmos e descodificarmos essas reacções sem nos identificarmos com elas e sem julgamentos, estaremos a trabalhar de forma consciente sobre o nosso processo de auto-conhecimento, estaremos a identificar e reconhecer as nossas mágoas, as nossas feridas, os nossos medos, as nossas fraquezas e vulnerabilidades, mas também as nossas capacidades, as nossas virtudes, a nossa força e coragem, para aprender a melhor lidar com as dificuldades e adversidades, cuidar melhor de nós mesmos e libertarmo-nos de tudo aquilo que, na realidade, não somos… O ego gosta muito de se proteger, fazendo-nos acreditar não só que somos essas reacções que vêm muitas vezes de um corpo mental, emocional ou espiritual ferido, mas também que essas reacções (e inevitáveis consequências…) são válidas e justificadas, quando na maioria das vezes não o são!
“Nem acusações, nem razões, nem argumentações. Se compreenderes e mostrares que compreendes, podes amar, e a situação mudará.”
Thich Nhat Hanh
É apenas através da observação atenta e consciente da forma como reajo ao que vem à superfície, do que se manifesta de dentro para fora quando escuto alguém ou quando “escuto” o mundo à minha volta, que consigo escutar-ME a mim mesma e que posso saber exactamente em que ponto me situo, ao longo deste meu Caminho Espiritual... Quem Sou Eu, quando escuto os outros? Quem Sou Eu, quando o que escuto me tira da minha zona de conforto? Quem Sou Eu, quando o meu mundo parece desabar, com o que chega até mim, destruindo o ego e a falsa sensação de segurança com a qual tanto gosta de nos iludir? Quem Sou Eu, quando escuto a Verdade ou enquanto ela desconstrói tudo o que pensava que era a minha realidade? Quem Sou Eu, quando me autorizo plenamente, completamente e totalmente a simplesmente escutar o som do Universo todo inteiro? ✨ॐ✨
“Quanto mais nos conhecemos a nós próprios, maior é a clareza. O auto-conhecimento não tem fim - não se chega a uma realização, não se chega a uma conclusão. É um rio sem fim.”
Jiddu Krishnamurti
Dentro do meu Coração, sinto que, sejam quais forem os desafios e provas a que somos submetidos ao longo das nossas múltiplas encarnações, independentemente das lutas e batalhas que cada um de nós trava também ao longo desta vida ou das mudanças e transformações mais ou menos profundas que vamos implementando ao quotidiano, para nos aproximarmos cada vez mais de Quem Realmente Somos, a chave de uma vida “bem sucedida” encontra-se na beleza, na delicadeza e na simplicidade de um Coração Aberto e repleto de Compaixão. Por muito duro que seja este mundo em que vivemos, por muito difícil que seja esta encarnação, como poderíamos avançar em direcção da Liberdade (mokṣa मोक्ष) com um coração fechado, escurecido pela raiva, esmagado pelo medo, repleto de ressentimentos ou julgamentos (em relação ao mundo e aos outros, mas tantas e tantas vezes, em relação a nós mesmos…)? Como podemos ser verdadeiramente Livres, se formos prisioneiros de um coração incapaz de acolher o medo, para o poder transmutar em Amor?
“Ser livre não vem do facto de mudar ou reparar este mundo, mas de ver este mundo como ele é e de ser capaz de abrir o coração no meio dele.
Só o amor conduz à ação correcta. O que traz ordem ao mundo é amar e deixar que o amor faça a sua vontade.”
Jiddu Krishnamurti
Muitas vezes já me ouviram dizer que a única “fonte” na qual confio plenamente e incondicionalmente é a Fonte Divina.😉😂 Para discernir tudo o resto, apoio-me simplesmente numa prática constante de Sātya (सात्य), a Verdade, de forma a alinhar-me com a sua Frequência específica, para poder em seguida reconhecê-la em mim ou à minha volta (e isto não tem nada a ver com os dados que constam nos estudos feitos pelos inúmeros “especialistas” e outras “autoridades científicas” que estão actualmente tão na moda, até porque estudos há muitos e todos sabemos que a sua visibilidade e reconhecimento depende sempre, sempre, sempre de outros interesses que não a manifestação da Verdade…).
“Uma mentira pode viajar metade do mundo, enquanto a verdade está a calçar os sapatos.”
Mark Twain
Quanto mais nos alinharmos com Sātya, seja em pensamento, palavra ou acção, mais facilmente poderemos reconhecer a sua Frequência, em nós mesmos, nos outros, no mundo que nos rodeia! E sim, nós também mentimos a nós mesmos, como um mecanismo de defesa do ego (asmitā अस्मिता), como uma expressão da ignorância da nossa Essência e Natureza Divina (avidyāअविद्या), enraizando-nos assim num processo de cegueira, de orgulho ou de negação e criando as tais imagens exteriores, de forma a evitar fazer face ao desconforto, à dor e ao sofrimento, o que infelizmente só funciona a curto ou médio prazo, obviamente…
“Quando a verdade é enterrada, ela cresce. Sufoca. Ganha uma força tão explosiva que, no dia em que irrompe,
faz explodir tudo com ela.”
Émile Zola
E enquanto não conseguimos discernir a Frequência de Sātya, enquanto não conseguimos reconhecer a Verdade sobre nós mesmos, sobre o nosso svadharma, a nossa Missão ou dever pessoal, sobre o que alimenta e nutre a nossa Alma, o que faz rir, cantar e dançar o nosso Coração? E enquanto não conseguimos identificar ou aplicar na nossa vida quotidiana, na nossa relação connosco mesmos, com os outros, com o mundo que nos rodeia e, acima de tudo, com o Divino dentro do nosso Coração, os pensamentos justos, as palavras justas e as acções justas? E enquanto não conseguimos escutar, sentir ou ter a certeza daquilo que realmente é benéfico para nós e, por essa razão, nos aproxima da nossa Verdadeira Essência e nos permite viver de forma mais Plena, mais Consciente e mais Harmoniosa cada instante da nossa vida?
“As dúvidas deixam de afligir aquele que ultrapassou a confusão (moha मोह).”
Ramana Maharishi
Eu não vos posso dizer o que fazer ou como fazê-lo (não posso, nem quero!), enquanto isso não acontece… Mas posso partilhar convosco a minha própria experiência, o que eu faço, dia após dia, independentemente de todas as interferências, de todas as dificuldades, de todos os entraves, mas também de todos os feitos, todas as vitórias e todas as conquistas, pois talvez alguns de vós encontrem nestas partilhas alguma ressonância e inspiração… Dia após dia, faça chuva ou faça sol, com mais ou menos energia, com muita ou pouca vontade, dentro e fora do tapete (porque o Yoga não é apenas āsana!) e plenamente consciente que é provável que o caminho não tenha fim até ao final desta encarnação ou mais além, eu continuo simplesmente a PRATICAR, com muito Amor e muita Paciência, esta prática que conquistou e transformou, de dentro para fora, a minha Vida e o meu Coração… 💜🪷🧘♀️🪷💜
“O Yoga é uma luz que, uma vez acesa, nunca se apagará. Quanto melhor praticares, mais brilhante será a chama.”
B.K.S. Iyengar
Yogasūtra I.33
मैत्रीकरुणामुदितोपेक्षणां सुखदुःखपुण्यापुण्यविषयाणां भावनातश्चित्तप्रसादनम्॥३३॥
maitrīkaruṇāmuditopekṣāṇāṁ sukhaduḥkha puṇyāpuṇyaviṣayāṇāṁ bhāvanātaś cittaprasādanam ॥33॥
« A projecção de amizade, compaixão, gratidão e equanimidade perante as coisas - [sejam elas] alegres ou tristes, meritórias ou demeritórias - [leva à] pacificação da consciência. » ॐ
Yogasūtra II.33
वितर्कबाधने प्रतिपक्षभावनम्॥३३॥
vitarka-bādhane pratiprakṣa-bhāvanam ॥33॥
« Face aos pensamentos negativos, o oposto [pensamentos positivos] deve ser praticado. Isto é pratiprakṣa bhāvana. »
ॐ
Yogasūtra II.34
वितर्का हिंसादयः कृतकारितानुमोदिता लोभक्रोधमोहपूर्वका मृदुमध्याधिमात्रा दुःखाज्ञानानन्तफला इति प्रतिपक्षभावनम्॥३४॥
vitarkā hiṁsādayaḥ kr̥ta-kārita-anumoditā lobha-krodha-moha-āpūrvakā mr̥du-madhya adhimātrā duḥkha-ajñāna-ananta-phalā iti pratiprakṣa-bhāvanam ॥34॥
« Noções [perniciosas], [como] a violência, etc., quer sejam praticadas de facto, quer se ordene que sejam praticadas, quer sejam [simplesmente] aprovadas; quer nasçam da cobiça, quer da ira, quer do tédio; quer sejam pequenas, quer médias, quer excessivas - [têm sempre a sua] infindável consumação na ignorância (avidyā) e no sofrimento (duḥkha); por isso, [o yogin deve dedicar-se] a cultivar o oposto delas. E isto também é pratiprakṣa bhāvana. » ॐ
“Há muitas maneiras de acalmar uma energia negativa sem a suprimir ou combater. Reconhecemo-la, sorrimos para ela e convidamos algo mais agradável a emergir e substituí-la; lemos algumas palavras inspiradoras, ouvimos uma música bonita, vamos para algum lugar na natureza ou fazemos uma meditação caminhando.”
Thich Nhat Hanh
Sabendo que no final, é nas palavras de Kṛṣṇa a Arjuna na Bhagavadgītā, 18.6
“Com isso, dei-te a conhecer aquela sabedoria que é o mais recôndito dos mistérios. Medita com vagar sobre ela e age como quiseres.”
ou nas palavras de Buda, no Kālāmāsūtta, 17.49 :
“Não acredites em alguma coisa simplesmente porque a escutaste. Não acredites em tradições simplesmente porque provêm desde há muitas gerações. Não acredites em algo só porque é falado ou é motivo de rumor por muitos. Não acredites em algo simplesmente porque vem escrito nos teus livros religiosos. Não acredites em algo simplesmente porque é dito pelos teus professores ou anciãos.
Mas, se após observação e análise, encontrares algo que vai de acordo com a razão e que conduz à felicidade e ao benefício de uma só pessoa e de todas, então aceita-o e vive-o!”
- que cada um de vós poderá encontrar a sabedoria necessária para identificar e discernir aquilo que é realmente justo para vós, aquilo que ressoa no vosso Coração, o que se aplica à vossa vida e condição e que, por essa razão, vale a pena acolher… Não porque eu ou alguém vos disse, não através do mental, de fora para dentro, mas sim a partir do Coração, sempre de dentro para fora! Tudo o resto, como de costume, não hesitem em colocar de parte. 🙏💜🧘♂️✨🧘♀️💜🙏
Arte da nossa Querida Verónica Melo, acolhida com muita Gratidão!
💜🙏💜
"TRIUMPH" by Akiane Kramarik
ॐ भूर्भुवः स्वः । तत्सवितुर्वरेण्यं ।
भर्गो देवस्य धीमहि धियो यो नः प्रचोदयात् ॥
Oṁ bhūr bhuva svāḥ || tat savitur vareṇyam |
bhargo devasya dhīmahi | dhiyo yo naḥ pracodayāt ||
“Oṁ. Contemplemos o esplendor do divino Sol vivificante,[invariavelmente] presente na terra, na atmosfera e no céu. Que ele ilumine a nossa visão.”
Continua aqui o Gāyatrī Mantra! É já este domingo que vamos tentar cantá-lo juntos 12 vezes, pelo aniversário do Padma Yoga Shala🪷🌿!!
✨🙏💜
Como sempre, deixo-vos a minha mais profunda e sincera GRATIDÃO pela vossa leitura e atenção e peço-vos que, como de costume, acolham apenas o que ressoa convosco e coloquem de parte tudo o resto!! Com todo o meu AMOR e REVERÊNCIA, desejo-vos coragem, bons questionamentos e boas práticas… Dentro e fora do tapete! Para que um dia, possamos ver no mundo, a mudança que ocorre em nós através do Yoga!
Namaste 🙏💜✨ Rita
ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु
ॐ शान्तिः शान्तिः शान्तिः॥
Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu
Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ
Oṁ
Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.
Que haja Paz, Paz, Paz.
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