Queridos alunos e amigos 🌿,
Estamos prestes a iniciar o segundo mês de 2020, um mês que, na Ilha de São Miguel, é bastante agitado do ponto de vista social! Temos dias de amigos, amigas, comadres, compadres, Carnaval, etc. (no etc. podem incluir os dias de descanso que inevitavelmente surgem para conseguir recuperar de todos os “excessos” 😂) e todas as ocasiões são boas para festejar, celebrar e voltar a nossa atenção para o exterior!
No entanto, como me ouvem frequentemente dizer, o Yoga não tira férias e, por isso, para quem quer encontrar um equilíbrio entre solicitações exteriores e observação interior, em Fevereiro, saibam que o Padma Yoga Shala🌿 estará aberto todos os dias, de segunda a sexta-feira, nos seus horários regulares (incluindo na terça-feira de Carnaval!).
Se interromperam a prática durante o mês de Janeiro e têm a intenção de regressar em Fevereiro, por favor enviem um e-mail antes do final de Janeiro, comunicando a vossa intenção de retomar as aulas e aguardem uma confirmação de disponibilidade no horário pretendido, por parte do Shala.
De momento, alguns horários estão completos e, por essa razão, encontram-se encerrados a novas inscrições ou re-inscrições.
Para quem esteja interessado em iniciar a prática pela primeira vez, por favor tenham em atenção que as aulas experimentais só terão lugar na primeira semana de cada mês, mediante marcação prévia (neste caso, entre segunda-feira, dia 03/02 e sexta-feira 07/02. Estas aulas têm um custo de 10€, que é depois deduzido da primeira mensalidade, caso a inscrição seja formalizada no mês em questão, para um período mínimo de 3 meses(mais informações por e-mail : padmayogashala@gmail.com).
Vou continuar a pedir a vossa ajuda e participação para que possamos manter grupos de prática pequenos e regulares (tanto quanto possível), de forma a que cada aluno possa ter a atenção individual necessária, para poder evoluir ao seu próprio ritmo, tanto na sua prática de Yoga, como no seu percurso de auto-conhecimento.
DIAS DE LUA...
Como sabem, o Padma Yoga Shala🌿 encerra nos dias de Lua Cheia 🌕 e Lua Nova 🌑. São dias de descanso da prática física (āsana), mas não deixam de ser excelentes ocasiões para praticar a atenção plena, a concentração e a presença no “aqui e agora”, aproveitando assim para aprender um pouco mais sobre nós mesmos e para colocar novas intenções para uma vida mais harmoniosa, plena, consciente, em equilíbrio com a Natureza. Este mês, ambas as Luas serão num domingo, assim, o Shala estará aberto todos os dias úteis de Fevereiro.
Os dias de Lua actualizados, assim como as aberturas e fechos excepcionais no Padma Yoga Shala🌿, até Julho de 2020, poderão ser encontrados online em https://www.padmayogashala.com/horarios . Todo e qualquer imprevisto que possa surgir ao longo dos próximos meses, ser-vos-á, obviamente, comunicado com a maior brevidade possível.
Este mês:
Lua Cheia 🌕, domingo, 09/02/2020;
Lua Nova 🌑, domingo, 23/02/2020;
Aberto
na terça-feira de Carnaval, 25/02/2020 (nos horários regulares : Hatha Yoga às 12h45 e às 19h00).
WORKSHOPS 2020...
Em 2020, vamos receber novamente a Lea Perfetti e o Tarik Van Prehn em Maio, para um Workshop de 3 dias de Ashtanga Yoga (1, 2 e 3 de Maio 2020) e depois, em Outubro, temos de novo connosco a Vera Simões, para um Workshop de 4 dias de Ashtanga Yoga (2, 3, 4 e 5 de Outubro 2020).
Os workshops com professores convidados são ocasiões para conhecer novos professores, com diferentes abordagens ao Yoga e diferentes formas de praticar, ensinar e viver o Yoga ao quotidiano e podem revelar-se verdadeiras “lufadas de ar fresco” na nossa prática e no nosso caminho dentro desta tradição! O trabalho realizado nestes intensivos é, sem dúvida, diferente do realizado na nossa prática quotidiana ou com o nosso professor de “todos os dias” e, como tal, os resultados são também diferentes.
Desde que anunciei o regresso destes professores convidados ao Padma Yoga Shala🌿, para quem não os conheceu quando estiveram connosco em 2018, a principal questão que tem sido levantada, é se os workshops serão verdadeiramente adaptados a iniciantes ou se é preciso saber de cor toda a Primeira Série de Ashtanga Yoga, para poder estar presente? Na verdade, nunca é igual para um iniciante e para um praticante mais experiente (aliás, basta recordar as sensações, da primeira vez que entrámos numa aula de Yoga...) Mas não deixem de se perguntar o seguinte, será preciso já conhecer de cor todo o alfabeto, saber ler e/ou escrever, para poder ir para a escola?
A verdade é que, apesar do trabalho desenvolvido num workshop ser sempre diferente do trabalho desenvolvido com o nosso professor regular (e a ideia é precisamente essa!), para que fique bem esclarecido, nenhum professor de Ashtanga Yoga veio ao mundo já sabendo de cor todas as sequências completas. Todos os professores começaram do zero (eu, a Lea, o Tarik, a Vera, etc…) e estão, por isso, aptos a ensinar de igual forma quem está a começar ou quem já pratica há vários anos (há limites, claro...)! Obviamente, a experiência será diferente para cada praticante (iniciante ou mais experiente), mas mais uma vez, a ideia é precisamente essa! Da mesma forma que é suposto mantermos uma mente de iniciante de cada vez que subimos para o tapete, independentemente dos anos de prática, o mesmo é suposto acontecer nos Workshops…
Em Mysore, uma das frases mais repetidas pelo Sharath Jois e que tão bem se aplica aqui, é :
“Não se esqueçam que não estão aqui para mostrar o que sabem fazer, mas sim para aprender!”.
Depois destes esclarecimentos, se ainda tiverem dúvidas ou se estiverem interessados em estar presentes em qualquer destes workshops, podem contactar-me por e-mail : padmayogashala@gmail.com
Em breve, enviarei por e-mail (e poderão igualmente encontrar online), mais informações sobre o Workshop da Vera Simões, nos dias 2, 3, 4 e 5 de Outubro de 2020, no Padma Yoga Shala🌿, mas para já...
...as inscrições para o Workshop da Lea e do Tarik já se encontram abertas e podem encontrar todas as informações aqui!
E para quem gosta de ler...
Na Newsletter de Janeiro, falei-vos da possibilidade de aprofundar a prática de Yoga além do tapete e de a levar para o quotidiano, através da prática de Yama/Niyama. Lancei-vos o desafio de praticar cada um deles, durante períodos de tempo predeterminados, de forma a tomar consciência da forma como integram (ou não), o vosso sādhana (para quem não leu a Newsletter de Janeiro e tem interesse neste tema, podem encontrá-la aqui!).
Alguns de vós aceitaram o desafio e partilharam comigo as primeiras impressões. Agradeço-vos o tempo que despenderam para me dar o vosso feedback e para transformar este assunto numa prática, num “diálogo” e num momento de partilha. As reflexões que me chegaram foram sempre as mesmas. “Não é fácil!”, “É mais difícil do que parece!”, “Isto exige muita determinação e ao mesmo tempo muita flexibilidade e capacidade de aceitação!”, são algumas das reflexões que partilharam comigo depois deste primeiro mês a tentar colocar em prática um ou mais Yama/Niyama.
Pois não, o caminho não é fácil, nem regular, nem perfeito e, acima de tudo, nunca está terminado… Mas acreditem que vale a pena o esforço! Nunca se trata de nos tornarmos excessivos, nem inflexíveis, nem de julgar quem está num caminho diferente do nosso, mas sim de desenvolver o nosso discernimento (viveka) para, aos poucos, irmos percebendo melhor quem somos, onde estão posicionados os obstáculos na nossa prática e na nossa vida, de que forma os podemos contornar ou ultrapassar, aproximando-nos cada vez mais do nosso svadharma, da nossa verdadeira essência, do estado de Yoga. O mais importante não é não falhar... O mais importante é perceber o que está a falhar e ajustar, adaptar, criar o equilíbrio entre esforço justo e relaxamento, respirar profundamente, conscientemente e... voltar a tentar!
“Que mais vale seguir seu próprio dharma,
mesmo imperfeito, do que o dharma d’outro na perfeição;
mais vale expirar no seu dharma do que seguir,
em grande p’rigo, o dharma alheio.”
Bhagavad Gītā, 3.35
O caminho não é fácil, mas de que nos serve verdadeiramente a prática de Yoga, se a confinarmos ao espaço do nosso tapete?… De que nos serve verdadeiramente a prática de Yoga, se a limitarmos ao āsana e, depois, na vida quotidiana, nos deixarmos constantemente submergir pelos kleśa (as cinco causas de sofrimento apontadas por Patañjali, no segundo capítulo do Yogasūtra)?...
Yogasūtra II, 3
अविद्यास्मितारागद्वेषाभिनिवेशाः क्लेशाः॥३॥
avidyā-asmitā-rāga-dveṣa-abhiniveśaḥ kleśāḥ ॥3॥
“As causas do sofrimento são : a ignorância, o ego, o apego, a repulsa, o medo (da morte)”.
Estas aflições presentes em cada um de nós, quer tenhamos ou não consciência delas, constituem o maior obstáculo que existe na evolução espiritual do ser humano, já que o simples conhecimento intelectual das mesmas não é suficiente para as atenuar, reduzir ou eliminar. Enquanto não for atingido o estado de Yoga, enquanto não houver uma realização do Conhecimento, os kleśa estarão sempre presentes, mais ou menos activos, e é extremamente importante ter consciência deles e da forma como se manifestam na nossa vida quotidiana, para podermos apaziguá-los, reduzi-los e, quem sabe, um dia, libertar-nos deles…
E vocês, têm consciência da forma como se vão manifestando estas aflições na vossa prática, na vossa vida? Viram-nas surgir, quando começaram a praticar de forma consciente os Yama/Niyama? Conseguiram contornar os obstáculos ou deixaram-se submergir pela intensidade dos kleśa?
ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु⎜ ॐ शान्तिःशान्तिःशान्तिः⎜⎟ Oṃ
Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu
Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ
Hariḥ Oṁ
Oṃ
Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.
Que haja Paz, Paz, Paz.
Obrigada por me lerem! Bons questionamentos, boas práticas! Namaste, Rita 🙏🌿💚
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