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Janeiro/20


Queridos alunos e amigos 🌿,


Desejo-vos um FELIZ ANO NOVO! 🙏🌿💚


Que 2020 possa ser um ano em que desenvolvemos maior consciência de nós mesmos e do mundo que nos rodeia, um ano em que cultivamos a força e a coragem necessárias para levar do tapete para o quotidiano, as atitudes e os valores do Yoga, que trazem à nossa vida mais paz, tranquilidade, amor, equilíbrio e harmonia. 

Para vos ajudar a fazer de 2020 um ano de yoga, de união e de conhecimento de si mesmo, as aulas retomam já na próxima segunda-feira, dia 06/01/2020, nos horários habituais (que se manterão inalterados, pelo menos até 31/07/2020).



 

Relembro-vos que, todos os alunos interessados em retomar ou iniciar a prática, poderão enviar um e-mail entre o dia 1 e o dia 5, para comunicar a vossa intenção em retomar/iniciar as aulas e o horário pretendido (alguns de vós já o fizeram, vou começar a responder com a maior brevidade possível e, com certeza, antes da próxima segunda-feira 😊). Por favor, aguardem uma  confirmação de disponibilidade no horário pretendido, por parte do Shala🌿.


Em 2020, vamos tentar manter em cada um dos horários, grupos de prática pequenos e regulares (tanto quanto possível), de forma a que cada aluno possa ter a atenção individual necessária, para poder evoluir ao seu próprio ritmo, tanto na sua prática de Yoga, como no seu percurso de auto-conhecimento.


Para quem esteja interessado em iniciar a prática pela primeira vez, por favor tenham em atenção que as aulas experimentais só terão lugar na primeira semana de cada mês, numa aula de HATHA YOGA, mediante marcação prévia (neste caso, entre segunda-feira, dia 06/01 e quinta-feira 09/01, pois sexta-feira é dia de Lua e o Shala estará encerrado). As aulas de Ashtanga Yoga não estão sujeitas a aula experimental. Estas aulas experimentais têm um custo de 10€, que é depois deduzido da primeira mensalidade, caso a inscrição seja formalizada no mês em questão, para um período mínimo de 3 meses (mais informações por e-mail :  padmayogashala@gmail.com).



DIAS DE LUA...


Como já sabem, o Padma Yoga Shala🌿 encerra nos dias de Lua Cheia 🌕 e Lua Nova 🌑. São dias de descanso da prática física (āsana), mas não deixam de ser excelentes ocasiões para praticar a atenção plena, a concentração e a presença no “aqui e agora”, aproveitando assim para aprender um pouco mais sobre nós mesmos e para colocar novas intenções para uma vida mais harmoniosa, plena, consciente, em equilíbrio com a Natureza. A cada Lua Nova 🌑 (desde que seja dia útil), teremos um Satsaṅga, entre as 18h00 e as 20h00, caso haja um mínimo de 5 inscrições prévias ([saṅga] m. associação com o bem ; boa companhia ; assembleia para fins espirituais | soc. proximidade do mestre [guru], “Dictionnaire Héritage du Sanscrit de Monnier-Williams”). Falaremos de temas relacionados com o Yoga, com o conhecimento de si mesmo e de que forma podemos aplicar os ensinamentos do Yoga ao quotidiano. Os dias de Lua actualizados, poderão ser encontrados online em https://www.padmayogashala.com/horarios .


Este mês:

Lua Cheia 🌕, sexta-feira, 10/01/2020;

Lua Nova 🌑, sexta-feira, 24/01/2020.


 

E, para que o vosso sādhana não se limite ao tempo passado no tapete, aqui fica um pouco mais de leitura e um desafio, para quem possa sentir interesse em aprofundar a prática de Yoga ao quotidiano (paciência acima de tudo, que às vezes a leitura é longa, mas espero que valha a pena!)…


 


Hatha Yoga Pradīpikā, I.66


puṣṭaṁ sumadhuraṁ snigdhaṁ gavyaṁ dhātuprapoṣaṇam |

manobhilaṣitaṁ yogyaṁ yogī bhojanamācaret || 66 || 

“Qualquer pessoa que pratique ativamente o Yoga, seja ela jovem, velha ou mesmo muito velha, enfermiça e débil, pode tornar-se um siddha.”


Hatha Yoga Pradīpikā, I.67

yuvo vṛddho’tivṛddho vā vyādhito durbalo’pi vā |

abhyāsātsiddhimāpnoti sarvayogeṣvatandritaḥ || 67 || 

“Qualquer um que praticar poderá conseguir a perfeição (siddhi), deixando a preguiça de lado. Não se conquista a meta do Yoga por ler livros.” 


Hatha Yoga Pradīpikā, I.68


kriyāyuktasya siddhiḥ syādakriyasya kathaṁ bhavet | na śāstrapāṭhamātreṇa yogasiddhiḥ prajāyate || 68 ||


Hatha Yoga Pradīpikā, I.69

na veṣadhāraṇaṁ siddheḥ kāraṇaṁ na ca tatkathā |

kriyaiva kāraṇaṁ siddheḥ satyametanna saṁśayaḥ || 69 || 

Tampouco conseguem os siddhis do Yoga aqueles que se vestem de uma forma determinada (veṣa) ou especulam sobre ele: triunfam apenas aqueles que mantém uma prática constante. Sem dúvida, este é o segredo do sucesso na prática.” 


Hatha Yoga Pradīpikā, tradução de Pedro Kupfer,


 


 

A maioria da vezes, ao ouvirmos falar de Yoga, o tema é apresentado como se fosse algo dissociado da vida quotidiana. Surge nas conversas como se fosse um sítio aonde vamos, um momento de pausa no quotidiano, um exercício físico que praticamos duas ou três vezes por semana porque nos faz sentir mais em forma e, ao mesmo tempo, mais relaxados. Cada vez mais associado a uma imagem de saúde, bem-estar, força e flexibilidade, os āsana (posturas), surgem aos milhares nas redes sociais, como “porta-voz” do Yoga, com o intuito de promover algo ou alguém. Aos poucos, por falta de conhecimento ou confusão, vai-se perdendo a noção do que é realmente o Yoga e qual é o seu objectivo e, nos nossos dias, muitas são as pessoas que pensam que se resume apenas a isso… Através de uma série de imagens bonitas onde figuram locais paradisíacos e posturas acrobáticas (quanto mais, melhor!), vamos julgando o “nível” do praticante ou do professor, criando expectativas ou frustrações, um desfasamento entre o que gostaríamos de fazer e o que podemos ou devemos realmente fazer…

Mas será apenas isto o Yoga? Posturas bonitas, cenários de sonho, frases inspiradoras nas redes sociais? Então e o resto? Então e as atitudes, a presença, a mente, a meditação? Afinal, o Yoga é um caminho de oito membros (aṣṭāṅgayoga) e a fotografia do Instagram capta apenas um…

É um caminho que nos leva ao Conhecimento de nós mesmos, um caminho para a Liberdade (mokṣa), um caminho para além dos nossos medos (abhiniveśa), apegos e repulsas (rāga/dveṣa), do nosso sentido de individuação (asmitā) e da ignorância (avidyā) que nos impede de reconhecermos a nossa verdadeira essência, quem realmente somos.

Se o āsana pode facilmente ser exposto em imagens e fotografias e podemos apreciar a evolução do mesmo através do tempo e da intensidade da prática, o que dizer dos outros membros do Yoga?


 

Yogasūtra II, 29


यमनियमासनप्राणायामप्रत्याहारधारणाध्यानसमाधयोऽष्टावङ्गानि॥२९॥ 

yama niyama-āsana prāṇāyāma pratyāhāra dhāraṇā dhyāna samādhayo-‘ṣṭāvaṅgāni ॥29॥

« Yama (Refreamentos), Niyama (Observâncias), Āsana (Postura), Prāṇāyāma(Disciplina do Sopro), Pratyāhāra (Recolher dos sentidos), Dhāraṇa(Concentração), Dhyāna (Meditação) e Samādhi  (Ênstase) são os oito membros do yoga.».

 

O caminho do Yoga começa com os Yama/Niyama e estas regras de conduta pessoal e de disciplina, que são as fundações do Yoga, também precisam ser praticadas quotidianamente. Muitas vezes, são mais difíceis de aperfeiçoar que os próprios āsana. É essencialmente através da prática de Yama/Niyama que o Yoga se vai integrando na nossa vida quotidiana e que vamos, aos poucos, vendo desaparecer a tal dissociação entre o Yogae a vida e percebendo de que forma pode ser vivido além do āsana, além do tapete.


Ninguém duvida da necessidade de praticar com regularidade e dedicação um āsana que nos é extremamente difícil de executar (tropeçando, caindo, levantando, recomeçando de novo…), até alcançar conforto e estabilidade no mesmo, pois não? Então porque haveria de ser diferente com os outros membros do Yoga (aṅga)?


No início de cada ano, são muitas as pessoas que gostam de avaliar o ano que passou e colocar novas intenções para o novo ano que está a começar (é, por isso, uma altura de grande afluência no Shala 😉😊!). Há sempre uma vontade de mudança, de aperfeiçoamento, de procura por mais saúde, mais bem-estar, maior paz, tranquilidade, equilíbrio e felicidade. Com 2020, surge a possibilidade de colocar novas intenções, não só para o novo ano, mas também para uma nova década!


Numa época em que tudo acontece e muda a uma velocidade vertiginosa e em que vemos infelizmente uma degradação do equilíbrio físico, psíquico e emocional de uma grande parte da população mundial, assim como do equilíbrio do próprio planeta, a prática de Yoga e o auto-questionamento que a mesma suscita são, sem dúvida, ferramentas bastante úteis e poderosas para vivermos uma vida mais consciente, respeitadora e harmoniosa. Ao assentarmos a nossa prática de Yoga nos Yama/Niyama, vamos criando um terreno fértil para que a prática possa acontecer de forma responsável e consciente, também fora do tapete!


 

Yogasūtra II, 30


अहिंसासत्यास्तेयब्रह्मचर्यापरिग्रहा यमाः॥३०॥ 

ahiṁsā-satya-asteya brahmacarya-aparigrahāḥ yamāḥ ॥30॥

« Ahiṁsā (não-violência), Satya (a procura da verdade), Asteya (abstenção do roubo e da cobiça), Bramacharya (continência ou castidade) e Aparigraha (não-possessão ou desprendimento) constituem os Yama.».


Yogasūtra II.32


शौचसंतोषतपःस्वाध्यायेश्वरप्रणिधानानि नियमाः॥३२॥ 

śauca saṁtoṣa tapaḥ svādhyāy-eśvarapraṇidhānāni niyamāḥ ॥32॥

« Śauca (purificação), Saṁtoṣa (contentamento), Tapas (esforço sobre si mesmo ou disciplina), Svādhyāya (estudo de si mesmo através dos textos sagrados), Iśvara Praṇidhāna (consagração a Deus ou dom de si mesmo), constituem os Niyama.».

 

Estes são os Yama/Niyama. Várias foram as vezes em que me ouviram dizer (ou leram) que, como todos os outros membros do Yoga, também eles devem ser praticados por longos períodos de tempo, sem interrupções, com zelo e dedicação (Yogasūtra I,14).


Pois lanço aqui e agora, neste início de 2020, um desafio a todos os que desejem aprofundar a sua prática de Yoga e o conhecimento de si mesmos!


Durante estes primeiros dias do ano, olhem para a sua enumeração, tentem perceber o que significam para vocês, de que forma integram (ou não…) o vosso sādhana, de que forma podem melhorar a sua prática e/ou integrá-los na vida quotidiana. Reflictam e meditem bem sobre cada um deles (qualquer dúvida, não hesitem em perguntar-me, ajudo com o que puder). 


E depois?…


Escolham um. Apenas UM!

Pode ser um que vos pareça mais fácil de colocar em prática ou que consideram que já integra a vossa vida ou, pelo contrário, um que vos pareça extremamente desafiante (cada um leva os desafios à sua maneira 😉)… A vós de escolher! Mas escolham apenas um e coloquem a intenção de o praticar durante 1 MÊS! Apenas um, pois acreditem que é mais difícil do que parece! Tentem fazê-lo de forma consciente e equilibrada, com uma certa leveza, pois a ideia é “crescer” com o desafio, não criar mais stress e frustrações! Além do mais, eles estão interligados e ao praticarmos um deles de forma consciente e progressiva, vamos poder ver vários dos outros princípios a manifestarem-se igualmente…


São 5 Yama e 5 Niyama. Se praticarem cada um deles durante 1 mês, são 10 meses de prática ao longo de 2020, o que vos deixa ainda 2 meses (por exemplo Janeiro e Dezembro, para melhor iniciar e terminar o desafio), para reflexão e avaliação sobre a melhor forma para colocar em prática o desafio e mantê-lo ao longo do ano!

Este é apenas um modelo, obviamente. Mas se preferirem, podem adaptar e reduzir o período de tempo de prática e de reflexão (a uma semana ou um dia por semana, por exemplo).


Para vos dar uma melhor perspectiva do que representa um desafio deste género para um praticante de Yoga, posso dar-vos alguns exemplos das mudanças e transformações que a prática de Yama/Niyama trouxe ao meu sādhana, à minha vida. São apenas exemplos que partilho a título indicativo (não tem que ser igual para vocês!)…

Através da prática de ahiṃsā, tornei-me vegetariana. Através da prática de sātya, percebi que tinha que me afastar das redes sociais. Pela prática de svādhyāya, as minhas viagens de estudo para estar com os meus professores, nem que seja apenas uma vez por ano, tornaram-se uma prioridade, pois só um bom aluno pode vir a ser um bom professor (sim, os mais atentos de entre vós, já viram aqui uma pontinha de sātyatambém!). Com īśvarapraṇidhāna, aprendi a confiar no Universo, mesmo quando as suas mensagens são aparentemente duras de aceitar… Através da prática de aparigraha, vou aprendendo a viver uma vida mais minimalista e menos consumista, mais respeitadora do planeta em que vivemos.


São apenas pequenos exemplos, claro. Não são decisões imediatas a “preto e branco”, com base nos Yama/Niyama. São o resultado de muitas cores e tonalidades que vão surgindo, geradas por uma reflexão e prática profundas de cada um destes princípios, evoluindo comigo e eu com eles, à medida que a prática transforma o praticante, que depois, por sua vez, transforma novamente a prática… É apenas um exercício. Com muitos tropeções, quedas e o inevitável levantar, para recomeçar tudo de novo. Nem sempre é fácil, mas é muito, muito interessante, muito bonito, muito transformador. 

Se se sentirem tentados, não deixem de experimentar! Se vos fizer sentido, mantenham um registo da vossa prática, das facilidades, dificuldades, desafios, progressões e regressões, dúvidas, expectativas e realidade.


 

Em 2020, deixem que o Yoga aconteça, TAMBÉM, fora do tapete!

A todos vós, os meus mais sinceros votos de um novo ano feliz, pleno harmonioso! Que seja um ano de Yoga, de União… 

ॐ लोकाः समस्ताः सुखिनो भवन्तु⎜ ॐ शान्तिःशान्तिःशान्तिः⎜⎟ Oṃ

Oṁ lokā samastā sukhino bhavantu

Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ

Hariḥ Oṁ

Oṃ

Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.

Que haja Paz, Paz, Paz.


 

Bons questionamentos, boas práticas, até breve! Namaste, Rita 🙏🌿💚



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